Publicado em: 29/05/2014 às 11:10hs
Mesmo com uma queda abrupta de 20,3% no primeiro quadrimestre deste ano em relação ao ano passado, o segmento acredita que terá em 2014 um desempenho tão bom, ou ainda melhor, que o de dois anos atrás.
Depois de experimentar um crescimento de 18,4% no ano passado, quando foram comercializadas 83.078 mil unidades - o melhor resultado histórico do segmento -, a perspectiva para o setor agrícola como um todo continua em alta. O mercado prevê para o ano uma retração na casa de 10% sobre 2013, o que é visto como muito bom.
Se o índice se concretizar, será um resultado "excelente" e superior ao de dois anos atrás, que também foi classificado como um período de desempenho muito bom. As principais companhias exibem otimismo e mantêm o firme propósito de continuar investindo, como é o caso das gigantes do setor, John Deere e AGCO. Os lançamentos de produtos com novos avanços tecnológicos estão na ordem do dia. A Agrale viu a nova linha de tratores de médio porte, mais sofisticados, crescer 20% entre janeiro e abril de 2014.
"É natural que haja uma acomodação no mercado após o crescimento acentuado do último triênio. Mesmo assim, a retração deverá ser pequena, ou seja, algo ao redor 10%, superando as vendas de 2012, que foi um ano de excelentes negócios", afirma Milton Rego, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
"Os negócios começam agora", afirma Rodrigo Junqueira, diretor de vendas da John Deere Brasil. A americana, líder no segmento, não irá alterar o planejamento desenhado para os próximos anos na área de investimentos e continua trabalhando para lançar novos produtos. O otimismo de Junqueira está ancorado no comportamento do agricultor que, segundo ele, "vem investindo mais graças aos recordes em produtividade e à boa remuneração de seu produto".
O lançamento de uma linha de trator de médio porte amorteceu a queda no volume de negócios da Agrale S.A. no primeiro quadrimestre. A companhia gaúcha, instalada em Caxias do Sul e que alcançou um aumento de 17,8% nas vendas do ano passado, encerrou os primeiros quatro meses de 2014 com queda de 11%, quase metade da taxa do mercado. "A nova linha está puxando os negócios. Apenas entre os meses de janeiro a abril, registrou um crescimento de 20%. A demanda por esses tratores reduziu o índice de queda do conjunto dos negócios", conta Flávio Roberto Crosa, diretor de vendas da Agrale. Por sua vez, o segmento de pequenos sofreu pequeno impacto, enquanto o menor desempenho ficou por conta dos grandes. "Houve recuo de 8% e 40%, respectivamente", diz o diretor.
Apostando nos tratores médios, a Agrale vê um mercado bastante positivo pela frente.
O menor desempenho nos quatro primeiros meses do ano também não preocupa a direção da AGCO na América do Sul. André Carioba, vice-presidente sênior e gerente geral da empresa, conta que o índice de aumento nas vendas em 2013 foi semelhante ao recuo do primeiro trimestre deste ano na área de tratores. "O volume de negócio caiu 20% em tratores, 22,4% no segmento de colheitadeiras e outros 33% no ramo de pulverizadores", diz o executivo. Mas mesmo diante dos índices negativos no desempenho das vendas, Carioba não se mostra pessimista em relação a 2014. "Ainda temos oito meses pela frente e estamos apostando em empate com 2012", completa.
Fonte: Canal do Produtor
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