Publicado em: 14/07/2025 às 18:20hs
A recente decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros acende um sinal de alerta na indústria de máquinas, tratores e implementos agrícolas do Rio Grande do Sul. Com exportações que somaram US$ 57,06 milhões no primeiro semestre de 2024, o setor teme que a medida comprometa sua presença e competitividade em um dos mercados globais mais importantes.
Embora não seja o principal destino, os EUA ocupam a terceira posição entre os maiores compradores dos produtos gaúchos do segmento, ficando atrás apenas da Argentina e do Paraguai. No segmento específico de tratores, os americanos aparecem em segundo lugar, evidenciando a relevância da relação comercial entre Brasil e Estados Unidos para a indústria local.
Carolina Rossato, vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers), alerta que a preocupação vai além das exportações. A indústria depende de diversos componentes eletrônicos importados dos EUA, usados na fabricação de tratores, colheitadeiras e semeadoras. Caso o Brasil reaja com medidas retaliatórias, os custos de produção poderão aumentar, impactando diretamente a competitividade dos equipamentos gaúchos.
“A indústria do Rio Grande do Sul utiliza insumos dos Estados Unidos tanto no processo produtivo quanto na composição final dos equipamentos. Qualquer aumento nas tarifas compromete a competitividade das nossas máquinas, que atendem setores fundamentais como grãos, pecuária, café e cana-de-açúcar”, explica Rossato.
O Simers reforça que as taxações não ameaçam apenas as exportações, mas também o sustento de empregos, investimentos e o avanço tecnológico da indústria. Para a vice-presidente, é fundamental que o governo brasileiro atue por meio dos canais diplomáticos para reverter ou minimizar os efeitos da medida norte-americana.
“Temos capacidade e qualidade para competir internacionalmente, mas é essencial um ambiente comercial equilibrado. Tarifas como essa desestimulam o crescimento, prejudicam cadeias produtivas inteiras e atingem justamente os setores que mais agregam valor à economia brasileira”, conclui Carolina Rossato.
O Simers continuará acompanhando atentamente os desdobramentos da taxação e reafirma seu compromisso com a defesa dos interesses da indústria gaúcha, buscando ampliar as oportunidades de inserção do setor no mercado internacional.
Fonte: Portal do Agronegócio
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