Maquinas e Implementos

Economia financeira e de recursos naturais

A escolha entre pneus novos ou reformados sempre é uma dúvida para qualquer proprietário de veículo automotor e ela também está presente quando se trata de máquinas agrícolas, afinal, no campo, os pneus são submetidos a trabalho pesado


Publicado em: 04/07/2014 às 15:00hs

Economia financeira e de recursos naturais

Segundo o assessor técnico da Associação Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus (ABR), Carlos Thomaz, o uso de pneus reformados apresentam diversas vantagens, em especial a financeira. “Um pneu reformado custa de 20% a 30% o valor de um novo”, explica.

Outra vantagem é a sustentabilidade da atividade. O técnico comercial da Express Pneus, em Goiânia (GO), Anderson Peçanha do Nascimento, complementa que, para a fabricação de um pneu, empregam-se recursos naturais não renováveis, como a água, o aço e os derivados de petróleo. “A reforma, neste mesmo processo, aplica menos de 1/5 destes recursos”, enfatiza.

Para fabricar um pneu novo gasta-se, aproximadamente, 80 litros de petróleo, já para reformar são necessários cerca de 30 litros. “Apenas com a reforma, o País economiza 500 milhões de litros de petróleo”, complementa o assessor técnico da ABR.

Thomaz afirma que um pneu reformado de trator, colheitadeira ou outra máquina agrícola tem a mesma vida útil de um novo. “O tempo de duração de ambos os tipos de pneus depende exclusivamente do uso. A falta de manutenção pode reduzir o tempo de rodagem de cada um”, explica.

Atualmente são reformados no País aproximadamente 400 mil pneus de uso agrícola e fora de estrada. O Brasil é o segundo maior mercado consumidor de pneus reformados, com o reuso de mais de 7,6 milhões da linha caminhão/ônibus, enquanto a indústria de novos repõe 5 milhões.

A tecnologia

A reforma de pneus, em especial na linha comercial, avançou muito nos últimos anos. Na Express Pneus, as técnicas empregadas para recauchutar um pneu agrícola ou fora de estrada são semelhantes às dos pneus de carga. Ambos se diferem, apenas, pela forma de fixação da reforma.

Segundo Peçanha, nos pneus agrícolas é usado o sistema “a quente”, no qual cada pneu é processado individualmente. “A borracha a ser aplicada, ainda sem forma, é moldada por um período de tempo, pressão e temperaturas controladas. Já para os pneus de carga é usada a técnica “a frio”, em que os pneus são tratados e preparados para receber a borracha de reforma já prensada, com a sua forma final já produzida.

Para aumentar a vida útil e propiciar mais resistência ao equipamento, muitos produtores reforçam a estrutura do mesmo com a capa de lona de um pneu já antigo. Essa técnica é muito utilizada nos canaviais. “O toco que sobra da colheita da cana perfura o pneu e essa forração o protege”, explica o assessor técnico da ABR.

Regulação

A partir de 2012, passou a ser necessária a certificação de todos os pneus reformados pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Isso significa que não é permitida a comercialização de pneus reformados sem a marca do órgão.

Dentre vários critérios e procedimentos, a Portaria 44 do Inmetro prevê métodos de controle e de rastreabilidade dos produtos, sob pena de fechamento da empresa de reforma. Para Anderson, o resultado prático é a garantia de que o reformador é o responsável pelos produtos por ele processados. “Desta forma, todos se beneficiam. Ganham os usuários, com a oferta de produtos mais seguros e de mais qualidade; ganha a população de uma forma geral, com produtos mais seguros e confiáveis. E, por fim, ganha o mercado de reforma de pneus que, finalmente, está começando a ser tratado com a seriedade e o profissionalismo que lhe são pertinentes”, enfatiza.

Mais resistência para os pneus

Os pneus da colheitadeira, da plantadeira, da semeadora, do trator e do pivô podem receber um reforço para garantir a resistência do mesmo com a aplicação de poliuretano, que o torna rígido. De acordo com o gerente da Hiper Pneus, Osvaldo Soares Júnior, essa pratica é indicada para qualquer maquinário agrícola e, principalmente, para o produtor que tem muitos problemas com furos e perfurações. “O pneu furado pode parar o trabalho e reduzir os ganhos”, explica. A técnica não garante mais longevidade ao equipamento, apenas maior resistência.

Para reduzir os índices de furos, o poliuretano é inserido pelo bico do pneu no estado líquido. Após 48 horas o polímero se solidifica. “A flexibilidade é a mesma de quando ele está repleto de ar”, afirma o gerente.

Outra vantagem é que o pneu com preenchimento não precisa ser calibrado mais. Essa técnica só pode ser utilizada em veículos que circulam a uma velocidade máxima de 40 quilômetros por hora.

Reuso

O pneu preenchido com poliuretano pode ser recapado, mas o processo é mais complicado, já que não é em qualquer local que se faz a reforma desse tipo de pneu. “Deve-se parar de usar o equipamento antes dele chegar ao fim”, ressalta Osvaldo.

Mas o polímero usado em um pneu pode ser reaproveitado em outra unidade. Mesmo depois de enrijecido, o produto é reutilizável. O proprietário leva o pneu antigo e o poliuretano é transferido para outro. O gerente da Hiper Pneus explica que no segundo uso o cliente tem um desconto de 40% do valor.

Fonte: Canal-Jornal da Bioenergia

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