Publicado em: 11/12/2025 às 07:30hs
Transformar pulverizadores autopropelidos em distribuidores de fertilizantes e corretivos deixou de ser uma prática experimental e se consolidou como estratégia eficiente em propriedades rurais no Brasil. A Piccin Equipamentos, de São Carlos (SP), é uma das empresas que mais investem nessa adaptação, que pode reduzir em até 80% o custo em relação à compra de um distribuidor novo.
Mais do que economia, a conversão reflete uma mudança de mentalidade: reaproveitar equipamentos existentes, ampliar a capacidade operacional e adotar práticas mais sustentáveis no manejo agrícola.
Segundo Marco Gobesso, engenheiro agrônomo e head de marketing da Piccin, cerca de 70% da estrutura original do pulverizador é reaproveitada na conversão, incluindo chassi, cabine e motor. “Damos nova função a um equipamento que o agricultor já possui, mantendo potência e funcionalidade”, explica.
Essa estratégia é especialmente relevante em um setor em que o maquinário representa grande investimento e a renovação de frota pode gerar custos elevados.
Além do impacto financeiro, a conversão traz vantagens ambientais e agronômicas:
A adaptação exige análise criteriosa do equipamento, incluindo integridade estrutural, compatibilidade do sistema hidráulico e transmissão. A Piccin afirma possuir projetos validados para a maioria dos pulverizadores do mercado, com pequenas alterações em casos específicos, como reposicionamento do motor.
Os distribuidores autopropelidos da marca variam de 3 m³ a 6 m³, garantindo estabilidade e durabilidade mesmo em terrenos irregulares. Eles permitem aplicação de fertilizantes em pó (até 18 metros) e granulares (até 36 metros), alcançando produtividade de até 400 hectares por dia, dependendo do modelo.
As máquinas convertidas mantêm compatibilidade com agricultura de precisão, mapas de prescrição, dosagens variáveis e sistemas eletrônicos de controle. “A caixa adubadora tem a mesma tecnologia de taxa variável encontrada em distribuidores modernos”, destaca Gobesso.
Pulverizadores usados tendem a desvalorizar rapidamente, com concessionárias oferecendo cerca de 60% do valor real na troca. A conversão em distribuidor aumenta a utilidade e relevância comercial do equipamento, permitindo que o maquinário seja utilizado o ano inteiro com menos desperdício e mais eficiência.
Mesmo sem estudos acadêmicos extensos sobre resultados de longo prazo, os relatos de campo indicam ganhos claros de custo-benefício, produtividade e sustentabilidade, consolidando a prática como tendência no cenário agrícola brasileiro.
Fonte: Portal do Agronegócio
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