Na hora de renovar ou ampliar o maquinário agrícola, a escolha da colheitadeira é fundamental para garantir produtividade, eficiência e retorno sobre o investimento. Uma dúvida comum entre os produtores é decidir entre um modelo axial ou híbrido.
Segundo Anderson Schofer, especialista em colheitadeiras da Massey Ferguson, a principal diferença está no sistema de trilha:
- Colheitadeira axial: utiliza um único rotor que realiza a trilha – separação do grão da vagem, espiga ou cacho – e a separação da palhada. É ideal para grandes volumes de colheita contínua.
- Colheitadeira híbrida: combina dois sistemas dedicados: um cilindro convencional para a trilha, seguido por dois rotores separadores para a separação final dos grãos. Une a eficiência da trilha convencional à performance de baixas perdas do sistema axial.
Como escolher o modelo ideal
A escolha deve ser feita considerando tipo de cultura, área cultivada e objetivo de produtividade, não apenas preço ou potência, explica Schofer. Entre os principais pontos a avaliar estão:
- Tipo de cultura: sementes e feijão se beneficiam do sistema axial, que preserva a qualidade do grão. Culturas com grande volume de palhada, como trigo e arroz, têm melhor desempenho nas híbridas.
- Topografia: áreas planas favorecem colheitadeiras axiais; terrenos acidentados podem ter melhor resultado com híbridas, que reduzem perdas.
- Condições climáticas e umidade: regiões com colheitas mais úmidas podem aproveitar a trilha dedicada das híbridas.
- Perfil da propriedade: propriedades médias ou com diversidade de culturas se beneficiam da versatilidade das híbridas; grandes propriedades, focadas em escala e produtividade, tendem a optar pelas axiais.
Tecnologia embarcada aumenta eficiência
Tanto modelos axiais quanto híbridos podem contar com tecnologias avançadas, como:
- Piloto automático com GPS
- Monitoramento em tempo real de produtividade e umidade
- Sistemas de gestão de frota e telemetria
- Diagnóstico remoto e alertas de manutenção
Schofer reforça que a tecnologia não está vinculada ao tipo de trilha, mas sim à configuração escolhida pelo produtor.
Preferência regional
A adoção varia conforme a região e a cultura predominante:
- Sul do Brasil: maior diversidade de culturas e propriedades menores favorecem as híbridas.
- Centro-Oeste: grandes áreas de soja e milho impulsionam a escolha por axiais, devido à alta produtividade.
"Não existe um modelo ‘melhor’, mas sim o mais adequado para cada operação. Avaliar culturas, área de plantio, tipo de solo, mão de obra, custo de manutenção e metas de produtividade é essencial. Consultoria técnica especializada garante uma decisão assertiva e o melhor retorno do investimento", conclui Schofer.