Publicado em: 09/07/2019 às 07:20hs
O óleo contaminado por partículas sólidas ou deteriorado pelo uso, pela temperatura ou pela mistura com água pode comprometer os componentes de um trator, colheitadeira de grãos, colhedeira de cana ou pulverizador, por exemplo. Essa contaminação é responsável por cerca de 80% das falhas no sistema hidráulico. Por isso os agricultores devem se atentar para a qualidade do fluído que está em uso.
Segundo Jair Appolinário, especialista de produto da EATON, a contaminação do óleo é invisível aos olhos e não pode ser confundida com a sujeira. “Para descobrir se o óleo está sujo, os mecânicos, geralmente, fazem o teste de viscosidade com os dedos e avaliam a contaminação pela aparência. Mas o olho humano enxerga até certo limite. Literalmente, é um mal invisível que provoca a perda da função, queda no desempenho, falhas, desgastes e menor eficiência no sistema hidráulico”, explica.
O fluído hidráulico possui quatro funções importantes que contribuem para o bom funcionamento das máquinas agrícolas: transmite energia de um ponto a outro; lubrifica as peças móveis; veda folgas e, por fim, resfria os componentes. Uma dica é observar a viscosidade original do óleo, pois isso impacta em sua capacidade de lubrificar e de vedar as folgas, além de impactar o efeito na geração de calor pelo atrito entre as moléculas do óleo. Dependendo da temperatura em regime de trabalho, o óleo pode se tornar tão fino que não evitará o contato metal-metal. Os componentes hidráulicos, em regra, possuem um limite mínimo de viscosidade que não deve ser ultrapassado.
“Quando o óleo está contaminado, ele age como uma lixa líquida, que desgasta a superfície dos componentes, fazendo-os perder sua forma, acabamento, aumentando as folgas e, assim, prejudicando a eficiência do produto”, comenta Appolinário. O especialista ressalta quais são as principais fontes de contaminação e explica como é possível preveni-las seguindo uma manutenção diferenciada:
• Resíduo da fabricação: Tudo que é vestígio ou resíduo do próprio processo de fabricação da máquina, incluindo a poeira do ambiente. Para evitá-lo, todas as aberturas dos componentes devem permanecer vedadas até o momento da montagem, incluindo os tubos e mangueiras. O sistema hidráulico deve ser lavado (fazer o “flushing”) antes de entrar em funcionamento. Todo compartimento da máquina que tem contato com o óleo hidráulico deve estar limpo na melhor das possibilidades;
• Óleo novo: Todo óleo novo - mesmo que na embalagem - tem que passar por uma filtragem antes da aplicação nas máquinas. Ele está limpo, mas não está descontaminado o suficiente. Nem sempre trocar o óleo em uso por um novo sem filtrar, será a melhor solução;
• Durante a manutenção: Não deixe a tampa do reservatório hidráulico aberta, pois o óleo ficará exposto e poderá ser contaminado. Feche todas as aberturas dos componentes assim que as mangueiras e tubos forem retirados, mantendo assim até a conclusão do reparo. Não desmonte o componente hidráulico em um ambiente de chão batido e com poeira. Esse processo deve ser feito sempre em um ambiente neutro e limpo;
• Hastes dos cilindros: Estão sempre umedecidas de óleo quando são estendidas. Isto basta para atrair poeira e levar para dentro do cilindro quando a haste é retraída. Se os raspadores e vedadores estiverem em boas condições podem minimizar este tipo de contaminação;
• Atmosfera: O respiro do reservatório de óleo hidráulico é a parte mais esquecida do sistema. Dá a impressão que é uma peça de enfeite, que nunca é trocada. A troca tem um investimento baixo e precisa ser feita com mais frequência;
• Desgaste próprio do componente: Existe o próprio desgaste do componente quando em funcionamento, assim como o desgaste provocado por óleo contaminado. O uso de um bom fluido hidráulico e uma filtragem eficiente podem minimizar esses efeitos. Filtro de óleo hidráulico bom é aquele que descontamina o sistema e não aquele que é mais barato ou que dura mais. Trocar o filtro deve ser uma atividade frequente.
Fonte: Focal e Comunicação
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