Publicado em: 20/12/2021 às 13:50hs
2021 ficará marcado como um ano de preços altos do leite no campo, mas de rentabilidade baixa para o produtor. Ao mesmo tempo, também será lembrado pela dificuldade dos laticínios em repassar a alta do preço da matéria-prima (leite cru) aos derivados, já que a perda do poder de compra do consumidor brasileiro freou a demanda por lácteos.
Pesquisas realizadas pelo Cepea com o apoio da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) mostram que, na média de janeiro a novembro de 2021, os preços do leite UHT e da muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição do estado de São Paulo foram de R$ 3,43/litro e de R$ 26,25/kg, ligeiros 1,7% e 1,9% acima, respectivamente, dos valores registrados no mesmo período do ano passado, em termos reais. No caso do leite em pó (400g), a média do período foi de R$ 24,71/kg, alta de 8,2%, na mesma comparação (dados deflacionados pelo IPCA de novembro de 2021). Os dados evidenciam a dificuldade da indústria de laticínios em assegurar margens em 2021, tendo em vista o encarecimento do leite no campo e a fragilidade da demanda por lácteos.
De janeiro a novembro deste ano, o volume de derivados lácteos importado pelo Brasil somou 126,4 mil toneladas, queda de 17% frente ao do mesmo período de 2020, de acordo com dados da Secex. As menores aquisições de leite em pó influenciaram esse resultado, tendo em vista que as compras externas deste derivado caíram quase 30% neste ano frente ao anterior, totalizando 70 mil toneladas (o que representa 55% do total importado pelo País em 2021).
O COE (Custo Operacional Efetivo) da pecuária leiteira avançou 0,37% entre outubro e novembro na “Média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP). De janeiro até novembro, o COE acumulou alta de 17,68% na “Média Brasil”. Em novembro, os grupos de custos que apresentaram as elevações mais significativas foram os combustíveis (7,66%) e, consequentemente, as operações mecânicas (6,17%). Os preços dos combustíveis seguem na tendência de alta observada nos meses anteriores devido, principalmente, à valorização internacional do petróleo.
Fonte: CEPEA
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