Publicado em: 15/09/2014 às 12:20hs
Agregar conhecimento técnico e científico a profissionais, estudantes e empresários interessados na área de industrialização de leites e derivados é objetivo do I Workshop do Leite, realizado hoje, 11 de setembro, durante a Mercoagro 2014. Durante as palestras, dois assuntos de interesse atual foram abordados: tratamento sustentável de efluentes e tendências e inovações para o setor lácteo.
Uma das palestras foi “Tratamento de efluentes em agroindústrias: uma alternativa sustentável para as indústrias lácteas”, com o engenheiro Asier Gutierrez Garate, diretor operacional e sócio fundador da Bidatek Ingenieria Ambiental, da Espanha, empresa especializada no tratamento de efluentes agroindustriais mediante tecnologias sustentáveis.
O filtro biológico Bidatek, uma tecnologia de tratamento de efluentes inovadora que usa biofiltro dinâmico aeróbico com minhocas, foi uma das alternativas apresentadas. Conforme Garate, os efluentes industriais de laticínios tem alta carga poluente e muitas vezes os empresários têm dificuldade para cumprir legislação, possuem tecnologias complexas e com dificuldade de operação, os custos são altos, além do mau cheiro.
Segundo ele, o filtro Bidatek é uma alternativa com baixos custos de operação, tecnologia de operação simples, pode ser operado por funcionários sem alta qualificação e tem mínimo impacto ambiental. Além dele, existem outras opções, como lodos ativados, lagoas e biodiscos.
O filtro Bidatek, por exemplo, é um filtro biológico composto por diferentes substratos orgânicos e inorgânicos, tem de 1 a 1,5 metro de altura e é composto por diferentes substratos. Na parte inferior ficam substratos fixos, como pedras, e na parte superior substratos variáveis, como raspa de madeira. Os efluentes passam pelo filtro e o primeiro efeito é físico, sendo que a matéria orgânica é retida. Depois vem o processo biológico, com a ação das minhocas. É gerada uma microflora composta por microorganismos encarregada de depurar a contaminação dissolvida na agua. Depois, as minhocas transformam a matéria orgânica em húmus de minhoca.
“É uma alternativa de efluentes especialmente indicada para pequenos municípios e indústrias de laticínios”, frisa o palestrante, reforçando que o filtro não produz lodos instáveis, não geral mau cheiro, tem baixos custos de operação e gera um subproduto: o húmus de minhoca.
Tendências e inovação
A última palestra do evento foi sobre “Tendências e inovações em lácteos”, com o doutor em ciências agrárias e mestre em engenharia química, Murilo Haddad Pires. O foco da palestra foi em dois produtos que, de acordo com Pires, são os que vão impulsionar o mercado de lácteos: produtos fermentados (iogurtes) e bebidas lácteas.
Os iogurtes existem há 5 mil anos e o produto foi eleito como o alimento da década. “Como um produto de 5 mil anos consegue se manter no topo? É um produto fácil de inovar e está ligado à saúde”, expõe o palestrante. “Esse é um dos principais motores da indústria láctea para crescimento e inovação”, acrescenta.
Em 2013, o mercado mundial de iogurte foi de 62,3 bilhões de euros, a projeção para 2014 é de 65,1 bilhões de euros e para 2018 de 77,6 bilhões de euros. Conforme pesquisas recentes, 60% dos entrevistados entre 25 e 35 anos disseram que aumentaram o consumo iogurte nos últimos três anos. “Quem lidera o consumo são os países emergentes, principalmente Brasil e Ásia”, informa Pires. Conforme as pesquisas, 67% dos entrevistados disseram que estão comendo mais iogurte por ser saudável, 47% por ter maior variedade no mercado e 41% pelos produtos serem melhores que antes.
A tendência na linha de iogurtes é eles serem usados como sobremesa, como lanche rápido, café da manhã, não ter lactose e ter adição de proteínas, além de ser um produto para todas as idades e ambos os sexos, com várias possibilidades de segmentação, como os produtos para gerenciamento de peso, envelhecimento com saúde e nutrição esportiva.
No mercado de bebidas lácteas, o consumidor busca o mesmo: saúde, nutrição, bem estar, novos sabores etc e alguns estão dispostos a pagar mais por produtos com maior valor agregado. Anualmente, o mercado de produtos lácteos cresce 4,1% no mundo. “Novamente os países emergentes estão puxando o crescimento, principalmente Brasil e Ásia. Em 2012, o crescimento no Brasil foi de mais de 14%”, relata Pires.
As tendências de mercado para as bebidas lácteas são praticamente as mesmas que para os iogurtes: alto teor de proteína, lactose free, bebidas a base de café, shakes, bebidas lácteas acidificadas etc, para todas as idades e ambos os sexos.
O I Workshop do leite foi organizado pelo SENAI, com apoio da ACIC e BTS informa.
Fonte: MB Comunicação Empresarial/Organizacional
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