Frigoríficos e Abatedouros

PR: bens de capital podem compensar queda nas exportações de frango

A projeção do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) é que as exportações do Estado fechem 2018 com valor próximo aos US$ 18,08 bilhões registrados em 2017, quando a receita obtida com os embarques cresceu 19,2% e estabeleceu o Paraná como quarto maior exportador brasileiro, atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro


Publicado em: 02/07/2018 às 12:20hs

PR: bens de capital podem compensar queda nas exportações de frango

A projeção do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) é que as exportações do Estado fechem 2018 com valor próximo aos US$ 18,08 bilhões registrados em 2017, quando a receita obtida com os embarques cresceu 19,2% e estabeleceu o Paraná como quarto maior exportador brasileiro, atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Para alcançar esse resultado, o Paraná terá que compensar a provável queda nas vendas internacionais de frangos in natura. O Estado é o maior produtor de carnes do país, com 31% da produção de frango e 21% de suínos. O frango é o segundo item mais relevante da pauta de exportações paranaense, com receita de US$ 2,32 bilhões em 2017. Restrições impostas pelos países da Comunidade Europeia e pela China fizeram as exportações brasileiras da ave caírem 15% nos primeiros cinco meses de 2018 em relação ao ano passado.

Julio Suzuki Júnior, diretor-presidente do Ipardes, avalia que a expansão das vendas de bens industrializados, principalmente caminhões, ônibus e tratores, e produtos de base florestal serão capazes de compensar a queda nas vendas de frangos. Em 2017, a indústria paranaense exportou US$ 9,3 bilhões. Paulo Pupo, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), diz que a estimativa para 2018 é superar a casa dos US$ 10 bilhões.

Nos cinco primeiros meses do ano, as vendas internacionais de bens de capital cresceram 9% impulsionadas pela cadeia metal mecânica, autopeças, máquinas e equipamentos. As exportações de caminhões foram 7,5% maiores, gerando receita de US$ 182 milhões. Chile, Colômbia, Paraguai, Peru e Argentina são os principais destinos. Na divisão de ônibus da Volvo, espera-se expansão entre 10% e 15% nas exportações do ano.

O desempenho das vendas de automóveis de passeio em 2018 ainda é uma incógnita. Puxadas pela demanda argentina, as exportações de automóveis cresceram 55% e somaram US$ 935,5 milhões no ano passado, estabelecendo o segmento como o quarto item de exportação paranaense. Desde maio, o país vizinho enfrenta forte desvalorização cambial com impactos incertos sobre o poder aquisitivo da população e sua disposição de compra de veículos.

Os embarques de chapas de madeira compensada e madeira serrada alcançaram US$ 1,1 bilhão em 2017. Segundo Paulo Pupo, que atua no setor madeireiro com a Laminados e Compensados Pupo, a expectativa para este ano é de alta entre 8% e 12% do volume exportado pelo setor em 2018, com receita de US$ 1,3 bilhão.

Os principais destinos são os mercados dos Estados Unidos, México e Caribe. "A construção civil norte-americana está em recuperação", diz. Para ele, a madeira paranaense tem vantagens sobre concorrentes chineses, que sofrem restrições nos Estados Unidos. "Nossa madeira é legal, com certificado de origem. Isso faz diferença no mercado internacional".

A entrada em operação da fábrica da Klabin em Ortigueira, com capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano, permitiu uma receita de exportações de US$ 553,84 milhões em 2017, um crescimento de 79%. Nos cinco primeiros meses de 2018, as vendas internacionais de papel e celulose paranaenses ultrapassaram US$ 434 milhões, segundo dados do Ipardes.

O principal item da pauta de exportação do Paraná é a soja. Em 2017, o clima favorável permitiu recorde na safra de verão, com colheita de 20 milhões de toneladas do grão. Os embarques de soja cresceram 40% em 2017, com receita de US$ 4,14 bilhões, 23% das vendas externas.

Em 2017, o saldo da balança comercial paranaense foi de US$ 6,56 bilhões, com importações de US$ 11,52 bilhões. Combustíveis, principalmente diesel, automóveis, autopeças, e insumos para fertilizantes foram os principais itens comprados no exterior. Entre janeiro e maio de 2018 o saldo exportador acumulado foi de US$ 2,4 bilhões, resultado de importações de US$ 4,65 bilhões e exportações US$ 7,05 bilhões. No período, as vendas internacionais caíram 3,14% em relação ao ano passado, influenciadas pela greve dos caminhoneiros. Até abril, as exportações estavam em expansão. Em maio, mês da greve, caíram 8,27%.

Fonte: Avisite

◄ Leia outras notícias