Aliás, juntamente com o milho, compõem o trio que representa a exceção no grupo analisado, pois encerram o período com desempenho real negativo.

Os piores resultados recaem sobre o frango vivo e sua principal matéria-prima, o milho, ambos com desempenho inferior aos registrados nos mesmos períodos de 2013 e 2014. Mas ainda que o milho registre redução anual superior, no acumulado dos últimos dois anos a perda maior (quase 15% a menos) é do frango vivo.

Nesse aspecto, por sinal, o frango vivo não está sozinho. Pois mesmo registrando, no momento, valorização de cerca de 1,60% sobre os primeiros 100 dias de 2014, o frango abatido resfriado tem um preço médio quase 13% menor que o de dois anos atrás.

O ovo também apresenta ligeiro ganho nominal (cerca de 2%) em relação ao ano passado. Mas encerra o período com remuneração média quase 6% inferior à de 2013.

Notar que, em relação a 2013, frango vivo e inflação apresentam índices de evolução muito próximos. Só que em direções opostas. A inflação acumulando incremento de 14,78% e o frango vivo sofrendo redução de 14,80%. O que, em última instância, indica que em 2015 o frango vivo está valendo, aproximadamente, um quarto a menos que há dois anos.

O lado positivo dessa história é que parte da perda do setor vem beneficiando o consumidor que, neste ano, está pagando pelo frango abatido resfriado um valor 5,14% menor que o dos 100 dias iniciais de 2013.

De sua parte, o ovo registra variação nominal anual e bienal positiva, mas ainda aquém da inflação acumulada nos dois períodos. Ou seja: continua, também para o consumidor, com preço real negativo.

Por sinal, uma forma adicional de demonstrar isso é através do salário mínimo. Pois, nos últimos dois anos, mesmo tendo reajustes próximos da inflação, seu poder aquisitivo, em relação ao ovo, é hoje 10,4% maior que em 2013; e, em relação ao frango abatido, 22,5% superior.