Publicado em: 10/12/2013 às 16:30hs
A Minerva, terceira maior processadora de carne bovina do Brasil, estima que irá registrar novamente prejuízo em 2013, mas deverá fechar 2014 no positivo, disse nesta segunda-feira um executivo da empresa, citando o câmbio desfavorável, que tem elevado as despesas financeiras da companhia.
A empresa fechou 2012 com prejuízo líquido de 199 milhões de reais, após lucro em 2011, e acumula prejuízo de 211,5 milhões de reais em 12 meses até setembro.
Em boa parte do ano, a empresa atribuiu os resultados negativos à desvalorização do real frente o dólar, que elevou os custos com dívida. A expectativa é de um quadro menos pressionado em 2014.
"Mesmo que o real desvalorize, a despesa financeira será menor que em 2012 e 2013, permitindo que a gente volte a ter lucro", disse o diretor financeiro Edison Ticle, em conferência com jornalistas, em São Paulo.
Recentemente, a Minerva anunciou acordo com a BRF no qual adquiriu duas unidades de bovinos. Já a BRF levou em troca 15 por cento de participação no frigorífico.
No acumulado dos três primeiros trimestres, a Minerva acumulou prejuízo de 190 milhões de reais.
Demanda Forte
De olho numa expectativa de forte demanda, a empresa prevê investir 150 milhões de reais em 2014, ante 100 milhões em 2013, disse Ticle. O montante inclui 100 milhões de reais em investimentos para manutenção das operações.
Os 50 milhões de reais restantes serão usados para a ampliação da unidade de processados, a Minerva Fine Foods (MFF), reforçando estratégia da companhia de também investir no segmento de mais valor agregado.
A Minerva estima firme demanda interna, que corresponde a cerca de 30 por cento das vendas da companhia, e aponta um cenário favorável no mercado externo graças ao câmbio que ajuda nas exportações.
Além disso, o presidente da Minerva, Fernando Galletti Queiroz, ressaltou que o Brasil ainda deve ser favorecido em 2014 e 2015 nos mercados externos, por conta da diminuição de oferta de animais para abate e da produção de carne em importantes concorrentes.
Segundo o diretor financeiro, esta restrição em países concorrentes ainda permite que a empresa reajuste os preços nos mercados externos.
A Minerva é a segunda maior exportadora na área de carne bovina do Brasil, atrás da JBS.
Neste cenário, estão os embarques para os mercados em desenvolvimento, como no Sudeste Asiático e Ásia, e também com mais vigor em países desenvolvidos.
"O poder de precificação da Minerva cresce dada a diminuição de oferta em países concorrentes", disse Ticle. "É favorável para, no mínimo, manter as margens da companhia."
A margem Ebitda (Lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) --indicador operacionalda Minerva ficou em pouco mais de 10 por cento em 2012.
Mesmo com o crescimento puxado pela boa demanda, a companhia estima que não vê necessidade de ampliar a capacidade instalada.
Atualmente, com as 11 plantas que a companhia tem, são usados 77 por cento da capacidade instalada. Mas a empresa ainda deve incorporar mais duas plantas em Mato Grosso, adquiridas recentemente da BRF, em operação que ainda depende do aval do órgão antitruste (Cade).
Fonte: Reuters
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