Embora aponte, com fidelidade, as variações registradas no comportamento do mercado, o preço alcançado pelo frango abatido inteiro, exclusivamente, já não mostra toda a realidade desse mercado, pois, hoje, significativa parte do produto é comercializada em cortes, procedimento que não só atende à demanda dos consumidores, mas também agrega valor ao produto. Mas quanto?

Resposta parcial a essa indagação é proposta no demonstrativo abaixo, no qual se colocou, ao lado da evolução de preço do frango inteiro, a comercialização de dois diferentes tipos de “mixes”: no “Mix I”, a participação da ave inteira na formação do preço do abatido cai para 50%, sendo a outra metade distribuída entre peito (20%), coxa (20%) e asa (10% restantes).

Já no “Mix II” a participação do frango inteiro cai mais ainda, para 30%, mesmo índice aplicado individualmente ao peito e à coxa. A participação da asa permanece em 10%.

Primeiras conclusões: Independentemente da composição adotada, as curvas de preço se mantêm, apenas diferenciando-se na agregação do valor mencionado. Assim, no “Mix I” observa-se agregação média de 15,33% sobre o preço do frango inteiro, enquanto no “Mix II” essa agregação fica próxima dos 19% (mais exatamente, 18,98%).

Notar, de toda forma, que esses percentuais vêm registrando ligeiro incremento com o avançar do tempo, mas a evolução maior recai sobre o “Mix II” . Tanto que, nos 12 meses encerrados em julho de 2019, frente a um incremento de preço de 22,25% do frango inteiro, o valor do “Mix I” aumentou apenas 0,55 ponto percentual, chegando a 22,80% de incremento.

Já o valor do “Mix II” apresentou evolução de 24,62% - 2,37 pontos percentuais a mais que o aumento obtido pelo frango inteiro. Contribuíram para esse resultado o peito e a coxa, cada um com aumento de 31%. Já o preço da asa registrou variação de apenas 2%.

É oportuno observar que o melhor preço obtido através do mix entre frango inteiro e cortes não significa, necessariamente, mais lucro. Porque os cortes têm seu custo adicional, algo que não pode ser ignorado.