Além de não ter conseguido alcançar os picos de preço registrados nos seis meses anteriores, o frango abatido resfriado comercializado no Grande Atacado da cidade de São Paulo viu suas cotações recuarem mais de 10% no curto espaço de duas semanas. Efeito maior: chega ao final do oitavo mês de 2019 com o mesmo valor (nominal) registrado ao final de janeiro, resultado que corresponde à mais fraca cotação do corrente exercício.

À primeira vista o fato é inédito, pois, em geral, o frango abatido completa os primeiros dois terços do ano com um valor cerca de 6% superior ao alcançado em janeiro (média dos últimos 19 anos transcorridos entre 2000 e 2018). Mas, desta vez, o valor médio de agosto corrente, da ordem de R$3,95/kg (resultado preliminar) se encontra apenas 1% acima do que foi alcançado no primeiro mês de 2019. E isso, em suma, significa também que registra o segundo menor resultado não só deste ano, mas dos últimos 12 meses.

Tão surpreendente quanto o elevado índice de queda é a nova redução ocorrida em agosto, fato que se repete pelo quarto mês consecutivo. Pois, terminadas as férias de julho, contava-se que o mercado voltaria ao mesmo dinamismo de meses anteriores, o que não ocorreu. Com isso, agosto é encerrado com uma queda de 6,5%, em relação a julho passado. Ou de, praticamente, 10% se considerada a melhor média mensal até aqui – R$4,38/kg em abril passado.

Apesar do fraco desempenho, o valor médio registrado nos oito primeiros meses de 2019, da ordem de R$4,16/kg, permanece mais de 30% acima dos R$3,17/kg, média registrada entre janeiro e agosto de 2018.

Notar, porém, que o índice anual vem apresentando retrocesso mês a mês, fato que se repete quando os resultados mensais de 2019 são comparados aos de idêntico mês de 2018. Dessa forma, depois de apresentar variação anual de 68% em abril passado, em agosto corrente o incremento registrado não vai além de 15%. E, como sugere o gráfico abaixo, corre o risco de tornar-se negativo em setembro.