Publicado em: 23/07/2018 às 17:00hs
Ainda que - entre os 10 principais produtos exportados pelo Brasil - tenha encerrado o semestre com a segunda maior queda anual de receita (redução de 17,41%, índice superado apenas pelo açúcar em bruto, cuja receita recuou mais de 40%), a carne de frango não faz má figura: ocupa a sétima posição da pauta cambial, tendo retrocedido apenas uma posição em relação a 2017.
A perda de posição, aliás, não é culpa do produto. Resultou, sobretudo, do fato de a celulose e o farelo de soja virem registrando aumento de receita excepcional (incremento de 44% e 22%, respectivamente), desempenho que os elevou à 4ª e 5ª posições. Ou seja: a carne de frango só não retrocedeu duas posições porque o açúcar teve retrocesso maior.
De toda forma, com a perda de receita e o desempenho melhor de outros produtos, a carne de frango teve reduzida sua participação na pauta cambial: respondeu por 2,3% de toda receita auferida pelo Brasil com as exportações, índice quase 22% menor que o registrado um ano atrás, no primeiro semestre de 2017.
*Não custa mencionar, em relação à receita da carne de frango, que ela está subdimensionada, fato decorrente da mudança de sistemas no âmbito da SECEX/MDIC. No entanto, ainda que tenha sido maior, dificilmente a receita do frango alcançaria a dos automóveis, superior a US$3 bilhões no semestre.
Por sinal, o mesmo subdimensionamento de valor se aplica à carne bovina, nona colocada na pauta. E quem fez referência ao fato foi o Presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) que, em fala ao jornal Valor Econômico, fez referência direta às distorções que vêm ocorrendo desde abril passado nos dados da SECEX/MDIC em relação à carne bovina (vide, a propósito, “Novo sistema da Secex gera dúvidas sobre dados de exportação de carne”).
Essa foi, aparentemente, a primeira manifestação do setor produtivo no tocante a um problema em relação ao qual o AviSite tem feito contínuos alertas nos últimos três meses. Neste caso, o MDIC se posicionou dizendo que a transição entre sistemas pode acarretar a necessidade de ajustes nos dados. Mas, convenhamos, um setor como o de carnes, que respondeu por mais de 10% dos US$113 trilhões obtidos pelo País com as exportações deveria ter seus dados tratados com mais atenção.
Fonte: AviSite
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