Carne de frango: Rabobank prevê quedas brasileiras

O mercado mundial de carne de frango tornou-se extremamente volátil e o Brasil está no centro do furacão. Em conseqüência – e devido, ainda, à combinação de diversos fatores negativos – a produção de 2018 deve recuar em torno de 3%, enquanto as exportações tendem a um decréscimo de 10%.

A previsão é de Nan-Dirk Mulder, analista sênior do Rabobank. No Estudo trimestral que o Banco publica, ele enumera as razões (de todos bem conhecidas) que colocaram o frango brasileiro no centro desse furacão. Entre elas, a (aparentemente superada) Operação Carne Fraca, de março de 2017; a Operação Trapaça, de março de 2018; o embargo da União Europeia, de abril de 2018; a imposição de taxas antidumping pela China, de junho corrente; e a proibição do pré-atordoamento no abate imposta pela Arábia Saudita e outros países do Oriente Médio.

Essa história tem até a participação de Trump. Pois sua beligerância comercial com a China pode direcionar para o Brasil as importações de soja hoje efetuadas dos EUA. E isso deve encarecer ainda mais, internamente, o produto brasileiro – um golpe maior para uma indústria avícola visivelmente fraca.

Mulder ainda observa que a redução de produção pode ajudar a melhorar as margens do setor. Mas esquece que na ponta final do processo se encontra um consumidor interno totalmente depauperado, sem condições de pagar mais pelo que já vinha pagando.

Informações mais detalhadas sobre o estudo do Rabobank virão mais à frente.