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Avicultura: Indústrias identificam recuperação no início do ano

Indústrias avícolas já sentem reaquecimento do setor com aumento de preços e estabilidade nos mercados


Publicado em: 20/02/2013 às 16:00hs

Avicultura: Indústrias identificam recuperação no início do ano

Depois de um ano desafiador para a avicultura, especialistas projetam alívio moderado nos primeiros três meses de 2013. O cenário de custos mais acomodados deve estimular a indústria e promover a recuperação do setor, expectativas que já se confirmam neste início de ano.

Em janeiro, o poder de compra do avicultor aumentou em quase todas as regiões do país, vez que os principais insumos sofreram desvalorização no período, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), da Universidade de São Paulo (USP). Em dezembro, 1 kg de frango comprava 2,7 kg de farelo de soja. No final de janeiro, o mesmo volume passou a comprar quase 3 kg de farelo – melhora de 11% na relação de troca. Para o milho, 1 kg de frango comprava 5,3 kg do insumo em dezembro. No último dia de janeiro, foi possível comprar 5,5 kg – 3,8% a mais.

Ainda durante o mês de janeiro, o frango inteiro congelado teve aumento de 35,8% no preço médio em São Paulo, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Cepea. O produto ficou mais caro também na comparação com dezembro, mês que tem alto consumo devido às festas de fim de ano, com aumento de 1,5% no preço do frango congelado. Além desta valorização dos preços em janeiro, para este ano ainda é esperada alta de 7,5% para frango inteiro e de 9,9% para o frango em pedaços.

Segundo o diretor de Operações da Industria Averama, do Paraná – estado líder na produção de frangos do país –, Genézio Garbin, o mercado está se recompondo com a retomada de preços. “Ainda não está com os preços justos, mas desde dezembro já começamos a ter alguma margem de lucro, com possibilidade de recuperação do prejuízo do ano passado”, comenta.

Quanto ao mercado externo, também houve melhora: no mês de janeiro a carne de frango ficou em quarto lugar no ranking dos principais produtos com maior receita cambial do país. Em 2012 o produto chegou, no máximo, ao quinto lugar na pauta exportadora.

Além da acomodação dos preços dos grãos, a melhora nos custos de produção está ligada à redução da oferta de produtos e do volume de empresas no mercado. “Não houve aumento de consumo, mas a produção caiu e o mercado externo se manteve estável, com mesmo volume de exportações, o que gerou redução de produtos no mercado interno”, explica Garbin. Segundo ele, com essa retração, a expectativa é de que o setor se reposicione e se mantenha produtivo e lucrativo.

Para Ciliomar Tortola, diretor industrial do Grupo GTFoods, indústria de Maringá, no Paraná, nesse momento é necessário não só manter as soluções utilizadas para enfrentar a crise, mas trabalhar para que as variáveis do mercado não influenciem tanto a produção. “Avaliar o quanto podemos produzir com o menor custo, investir em tecnologias que proporcionem produtos de valor agregado e tomar decisões rápidas frente ao movimento do mercado devem ser constantes nas empresas para que a recuperação do setor se concretize”, aponta.

Quanto aos insumos, o mercado externo dá sinais de estabilidade e a expectativa da safra de verão é positiva. A última estimativa oficial divulgada no final de janeiro pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) havia sido 180,4 milhões de toneladas com base em levantamentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “O mercado interno de grãos ainda está passando por acomodação, mas já está com os preços estabilizados. Os mercados internacionais também estão mais estáveis e a expectativa é que se mantenham assim”, completa Garbin.

Perspectivas

Embora as expectativas de crescimento da economia brasileira em 2013 não sejam altas, o consumo de carne de frango no Brasil ainda deve crescer devido à expansão do consumo por parte das classes C e D, segundo a União Brasileira de Avicultura (Ubabef). A instituição estima para o ano crescimento de até 3%, tanto na produção quanto nas exportações.

O presidente da Globoaves, maior produtora de ovos férteis e pintos de um dia da América Latina, Roberto Kaefer, explica de que as matrizes de corte no ano passado foram reduzidas em 8%, o que deve gerar nos próximos meses decréscimo na produção de pintos e ovos férteis. “Ela deve cair para volumes que reduzirão oportunidades de crescimento na produção de carne de frango. Com a menor oferta, o corre recuperação de preços. Os pintos de um dia deverão custar em torno de R$ 1,00, praticamente o dobro do valor do ano passado”.

No mercado internacional também há espaço para ampliação de exportações, segundo o presidente executivo da Ubabef, Francisco Turra. “A crise nos ensinou que um trabalho institucional forte e a cadeia produtiva unida têm capacidade de superação mais rápida e eficiente”. E é com este foco que o setor avícola deve trabalhar em 2013, prevê Turra. “Com o pé no chão e muita cautela, mantendo a força e a estabilidade dos negócios. O diferencial será a busca pela agregação de valor ao produto, tanto para o mercado interno quanto o externo”.

De maneira geral, segundo Kaefer, com esse panorama, as expectativas são as melhores. “Podemos concluir que esse será o ano da avicultura, devido à estabilidade de produção e à oferta de carne, com os custos ajustados para baixo e os preço valorizados”, finaliza.

Fonte: Assessoria de Imprensa Unifrango

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