Biológicos e Bioinsumos

Biofilmes microbianos fortalecem raízes, reduzem doenças do solo e aumentam produtividade

Tecnologia protege hortaliças e grãos em sistemas de produção intensiva


Publicado em: 08/10/2025 às 14:30hs

Biofilmes microbianos fortalecem raízes, reduzem doenças do solo e aumentam produtividade
Foto: GettyImages

O uso de biofilmes microbianos vem se consolidando como alternativa eficaz para controlar doenças de solo em hortaliças e culturas de grãos no Brasil. A tecnologia consiste na colonização da rizosfera por microrganismos benéficos, que formam uma barreira protetora em torno das raízes, dificultando a entrada de patógenos em áreas de cultivo intensivo.

Como os biofilmes atuam no solo

Estudos científicos indicam que os biofilmes atuam em diferentes frentes:

  • Competem por espaço e nutrientes com microrganismos nocivos;
  • Produzem compostos antibióticos naturais;
  • Fortalecem a estrutura física das raízes, tornando-as menos vulneráveis a doenças.

Uma meta-análise publicada no Soil Biology and Biochemistry (2022) mostrou que os inoculantes microbianos aumentam a biomassa do solo e a estabilidade da comunidade microbiana, fatores diretamente ligados à supressão de doenças.

Benefícios práticos no campo

Segundo Julia Savieto, agrônoma e coordenadora técnica de mercado da Nitro, os efeitos da tecnologia já são percebidos na prática:

“Os biofilmes funcionam como um verdadeiro escudo em torno das raízes. Eles bloqueiam a entrada de patógenos e equilibram a microbiota do solo, fortalecendo a planta desde a raiz até a parte aérea.”

Além da proteção, os biofilmes promovem maior desenvolvimento radicular, o que potencializa a absorção de água e nutrientes, refletindo diretamente no crescimento da parte aérea e na produtividade final das culturas.

Agricultura mais sustentável e resistente

A especialista destaca ainda o papel dos biofilmes na redução do uso de produtos químicos, contribuindo para um manejo agrícola mais equilibrado e ambientalmente sustentável.

“Ao diminuir a necessidade de aplicações repetitivas de moléculas químicas, os biofilmes reduzem o risco de resistência e fortalecem a resiliência dos sistemas agrícolas”, afirma Savieto.

Ensaios com consórcios microbianos mostram resultados ainda mais estáveis e consistentes em campo do que o uso de uma única espécie de microrganismo, reforçando a importância de estratégias integradas de manejo biológico.

Desafio: difusão do conhecimento

Para Savieto, o próximo passo é ampliar o conhecimento entre os produtores, mostrando que o investimento em biofilmes microbianos retorna em forma de produtividade, saúde do solo e estabilidade do sistema.

Fonte: Portal do Agronegócio

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