Publicado em: 26/09/2025 às 13:30hs
A busca por práticas agrícolas mais sustentáveis tem ampliado o uso de bioestimulantes à base da alga marinha Ascophyllum nodosum, que vêm se consolidando como aliados estratégicos na produção de soja – principal cultura agrícola do Brasil.
Segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra 2024/2025 de soja atingiu o recorde de 171,5 milhões de toneladas, com incremento de 20,2 milhões de toneladas frente ao ciclo anterior. Esse resultado reflete tanto a expansão da área cultivada quanto a produtividade média nacional, que chegou a 3.621 quilos por hectare, a mais alta já registrada.
A alga Ascophyllum nodosum é extraída de forma sustentável no Atlântico Norte e chama atenção por sua capacidade de adaptação em ambientes extremos. Crescendo em zonas intermaré, alterna entre períodos submersa em água salgada e exposta ao sol e ao vento, suportando temperaturas de -20°C a 40°C.
Essa resistência natural resulta em um perfil rico em compostos bioativos, como ácido algínico, polissacarídeos ricos em fucose, manitol, aminoácidos, betaínas e fitohormônios. Quando aplicados às plantas, esses compostos estimulam respostas fisiológicas benéficas, como melhor enraizamento, maior absorção de nutrientes, aumento da fotossíntese e equilíbrio hormonal.
De acordo com Bruno Carloto, gerente de marketing estratégico da Acadian no Brasil e Paraguai, o uso contínuo dos bioestimulantes à base de Ascophyllum nodosum proporciona maior uniformidade nas lavouras e ganhos diretos na produção.
“Na soja, os benefícios incluem maior enraizamento inicial, plantas mais estruturadas, melhor enchimento de grãos e mitigação dos efeitos de estresses abióticos, como déficit hídrico e temperaturas extremas”, explica Carloto.
O incremento pode chegar a 8% na produtividade, além de maior estabilidade da produção ao longo das safras.
Responsável por desenvolver e fornecer soluções com base na alga, a Acadian Sea Beyond é considerada a maior empresa independente do mundo em cultivo, coleta, manejo e extração de plantas marinhas para uso agrícola. Presente em mais de 80 países, a companhia lidera pesquisas no segmento de bioestimulantes naturais, com foco especial na soja.
O setor de bioestimulantes no Brasil já movimenta cerca de R$ 2,5 bilhões e deve dobrar de tamanho nos próximos cinco anos. Na América Latina, a alga utilizada pela Acadian já responde por aproximadamente 30% do volume de bioestimulação.
Carloto destaca que os bioestimulantes são uma inovação relevante para a agricultura moderna, oferecendo aos produtores maior desempenho agronômico com menor impacto ambiental.
Além de ganhos produtivos, os bioestimulantes contribuem para sistemas agrícolas mais resilientes, reduzindo a dependência de insumos químicos e incentivando práticas sustentáveis, como o plantio direto e a agricultura regenerativa.
“Essas soluções atendem às demandas do mercado global por alimentos de baixo impacto ambiental e com alta rastreabilidade”, reforça Carloto.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias