O Ministério Público Federal (MPF) entrou com duas ações na Justiça exigindo a suspensão imediata do registro de nove agrotóxicos utilizados no país. Entre eles está o glifosato, herbicida amplamente utilizado nas lavouras brasileiras, especialmente para a soja e milho.

A ação também pede a restrição de mais oito princípios ativos: parationa metílica, lactofem, forato, carbofurano, abamectina, tiram e paraquate. O procurador da república Anselmo Henrique Cordeiro Lopes pede que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reavalie a toxidade de todos os ingredientes ativos em até 180 dias. Segundo ele, o próprio órgão já reconheceu que as substâncias podem ser nocivas à saúde e ao meio-ambiente.

Outros seis agrotóxicos passaram por revisão recente da Anvisa, sendo que quatro foram banidos do Brasil. São eles a cihexatina, o endossulfam, o triclorfom e a metamidofós. O fosmete e o acefato foram reclassificados como altamente tóxicos, e sua comercialização passou a ser restrita no mercado nacional.

2,4-D

Em outra ação, o MPF pede a suspensão de defensivos agrícolas que contenham a substância 2,4-D em sua fórmula. Também exige que a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio) proíba o comércio de sementes transgênicas tolerantes ao ingrediente ativo até que a Anvisa faça uma nova avaliação.

Entre os argumentos usados para pedir a proibição, o procurador afirma que o 2,4-D foi um dos componentes do chamado “agente laranja”, utilizado pelos Estados Unidos durante a guerra do Vietnã. Ele ainda diz que estudos indicam que a substância traz riscos à saúde, inclusive tendo potencial cancerígeno.