Agrotóxicos e Defensivos

Mercado de defensivos para milho recua 7% na segunda safra, aponta Kynetec

Segundo dados da Kynetec, a redução reflete menor demanda e ajustes estratégicos dos produtores durante a safra de milho safrinha


Publicado em: 29/09/2025 às 11:40hs

Mercado de defensivos para milho recua 7% na segunda safra, aponta Kynetec
Foto: Shutterstock

O mercado de defensivos agrícolas para a segunda safra de milho registrou queda de 7% em 2025, totalizando US$ 2,36 bilhões, segundo levantamento FarmTrak Milho 2025, da Kynetec Brasil. O recuo se deve principalmente à redução média de 13% nos preços dos produtos e à desvalorização do real frente ao dólar. Apesar disso, a área tratada cresceu significativamente, alcançando 386 milhões de hectares.

Preço e câmbio impactam mercado de defensivos

De acordo com Cristiano Limberger, especialista em pesquisas da Kynetec, o desempenho em valor do setor foi pressionado por dois fatores:

  • Redução média de 13% nos custos e preços dos defensivos;
  • Desvalorização média de 16% do real frente ao dólar durante a segunda safra.

“Esses fatores influenciaram diretamente o faturamento do setor, embora a área plantada e o uso de tecnologias tenham avançado”, explica Limberger.

Expansão da área cultivada e uso de tecnologias

A segunda safra de milho registrou crescimento de 6% na área cultivada, atingindo 16,9 milhões de hectares. Segundo o especialista, fatores como o plantio de soja no período adequado, a demanda por etanol e as exportações de milho impulsionaram o aumento da área cultivada.

O levantamento da Kynetec também apontou crescimento médio de 11% na adoção de tecnologias, refletindo maior investimento em proteção fitossanitária. Consequentemente, o indicador de Área Potencial Tratada (PAT) subiu 24%, alcançando 386 milhões de hectares, um aumento relevante frente a 2024.

“Esse avanço reflete o aumento da pressão de pragas, doenças fúngicas e desafios no controle de plantas daninhas específicas”, destaca Limberger.

Desempenho por categoria de defensivos

O estudo da Kynetec detalha o desempenho de cada categoria de produtos:

  • Inseticidas foliares: liderança no mercado, com 38% de participação e movimentação de US$ 891 milhões, ante US$ 1,008 bilhão em 2024;
  • Fungicidas foliares: segunda posição, US$ 500 milhões e 21% do mercado, ultrapassando os herbicidas pela primeira vez;
  • Herbicidas: terceira categoria, US$ 466 milhões (20% das vendas), contra US$ 543 milhões no ciclo anterior;
  • Tratamento de sementes: US$ 306 milhões (13% do mercado);
  • Nematicidas e outros produtos: US$ 195 milhões (8% do mercado).
Tendências de adoção tecnológica

O levantamento mostra ainda avanços importantes na adoção de produtos específicos:

  • Nematicidas: de 33% para 44% da área cultivada, totalizando 7,43 milhões de hectares, impulsionados por sementes pré-tratadas;
  • Fungicidas ‘premium’: participação passou de 33% para 51%, movimentando US$ 245 milhões, com média de 1,4 aplicação;
  • Inseticidas foliares para lagartas: aplicações aumentaram de 2,3 para 2,8, e valor de mercado subiu de 20% para 31%;
  • Herbicidas para gramíneas e folhas largas: destaque para subsegmentos ‘premium grass’ (23% para 28%) e dessecação/amplo espectro (19% para 38%).
Principais estados produtores

Entre os estados produtores de milho da segunda safra:

  • Mato Grosso: 43% da área (7,25 milhões de hectares);
  • Paraná: 16% (2,7 milhões de hectares), alta de 14% em relação a 2024;
  • Goiás e Mato Grosso do Sul: 13% cada (2,21 milhões de hectares cada);
  • Demais regiões: 15% do total (Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Sergipe).
Metodologia do estudo

O FarmTrak Milho 2025 foi realizado com base em 2,2 mil entrevistas com produtores de toda a fronteira agrícola do milho na segunda safra, garantindo ampla representatividade das informações sobre área cultivada, adoção de tecnologias e movimentação do mercado de defensivos.

Fonte: Portal do Agronegócio

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