Os números da indústria de agroquímicos, que costumam dimensionar as intenções de plantio, apontam para uma expansão da atividade agrícola em 2013/14, embora essa ampliação ainda não possa ser medida precisamente. O que está claro é o medo do setor em relação a novos ataques da helicoverpa, a lagarta que castigou a Bahia e se espalhou pelo Brasil no ano passado.

As vendas de defensivos agrícolas no Brasil cresceram cerca de 30% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2012, atingindo o patamar recorde de R$ 6,7 bilhões. O balanço foi divulgado ontem pelo diretor-executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Eduardo Daher.

O ritmo das vendas é influenciado pelo aparecimento de doenças fúngicas, insetos e ervas daninhas, conforme a Andef. Neste ano, a lagarta helicoverpa trabalha para a indústria.

Houve ainda antecipação de compras por parte dos produtores que temem os reflexos da alta do dólar. Para a indústria, o produtor teve condições de usar essa estratégia por estar mais capitalizado.

Essa demanda elevada e antecipada faz com que os 30% de aumento nas vendas de agrotóxicos superem a real expansão da agricultura. O índice porém, traduz confiança na soja e poder de compra, conforme a indústria química. A Andef representa 13 empresas de defensivos agrícolas que atuam no país, todas multinacionais.

Meta

8% a 10% de expansão, essa é a meta da indústria de agroquímicos para a safra 2013/14 no Brasil. O setor diz que esse incremento deve-se mais ao aparecimento de pragas como a helicoverpa do que à ampliação das lavouras.