Adubos e Fertilizantes

Setor de Fertilizantes Enfrenta Pressões Econômicas e Cambiais

Alta do câmbio e queda nos preços das commodities desafiam grandes empresas do setor


Publicado em: 17/12/2024 às 11:30hs

Setor de Fertilizantes Enfrenta Pressões Econômicas e Cambiais

O setor de fertilizantes está atravessando um dos momentos mais críticos da última década, conforme análise do especialista Anderson Nacaxe. A combinação de desvalorização nos preços das commodities agrícolas, como soja e milho, com a escalada cambial em mercados emergentes, como o Brasil, tem impactado diretamente as margens de lucro, elevando os custos operacionais e expondo fragilidades estruturais em grandes empresas do segmento.

A queda nos preços das commodities reduziu substancialmente o poder de investimento dos produtores rurais, refletindo diretamente nas receitas de empresas de destaque. A Mosaic, por exemplo, registrou uma redução de 21% em suas receitas no terceiro trimestre de 2024. Outras gigantes do setor, como Yara e Nutrien, também sofreram quedas de 6% e 5%, respectivamente. Além disso, a Nutrien anunciou cortes significativos, incluindo o fechamento de unidades no Brasil, uma medida que ilustra os desafios mesmo entre os líderes do mercado.

Impacto do Câmbio

O cenário cambial é um dos principais obstáculos, especialmente para empresas que atuam em mercados emergentes, como o Brasil. “O câmbio elevado é um dos principais desafios, especialmente em mercados emergentes como o Brasil. Para empresas que dependem de insumos dolarizados, como gás natural, ou têm operações em moedas locais mais voláteis, o impacto é brutal”, explica Nacaxe.

Um exemplo marcante foi o caso da Nutrien, que registrou perdas de US$ 220 milhões em derivativos cambiais não autorizados no Brasil. Segundo o especialista, a situação destaca a importância de uma gestão financeira eficiente e de mecanismos robustos de mitigação de riscos em um contexto de alta volatilidade global.

Destaques e Adaptações

Apesar das adversidades, algumas empresas têm conseguido se destacar. A CF Industries apresentou uma margem EBITDA de 43,2% e o maior ROIC do setor, alcançando 12,2%, impulsionada pela diversificação de seu portfólio com produtos de maior valor agregado, como amônia e ureia.

Por outro lado, empresas como Yara e Mosaic ainda enfrentam dificuldades para recuperar suas margens operacionais, apresentando resultados de EBITDA ajustado muito aquém dos melhores momentos registrados em períodos anteriores.

O cenário desafiante atual ressalta a necessidade de estratégias financeiras sólidas e de investimentos em diversificação, fundamentais para atravessar um mercado impactado por câmbio volátil e baixa nos preços agrícolas.

Fonte: Portal do Agronegócio

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