Publicado em: 23/07/2025 às 11:25hs
A possível adoção de sanções secundárias contra países que mantêm relações comerciais com a Rússia está gerando forte preocupação no agronegócio brasileiro. A medida, defendida por líderes como o novo secretário da OTAN, Mark Rutte, e por autoridades norte-americanas, pode atingir economias como Brasil, China e Índia, com tarifas que chegam a 100% sobre produtos de origem russa.
Segundo Anderson Nacaxe, CEO da Oken.Finance, o Brasil importa cerca de 86% dos fertilizantes sintéticos utilizados na agricultura, sendo que aproximadamente um terço desse total vem da Rússia. Produtos à base de Nitrogênio e Potássio, essenciais para culturas como soja e milho, são os principais insumos importados do país.
Nacaxe alerta que, em alguns estados brasileiros, os fertilizantes representam mais de 20% do custo total de produção agrícola. A escassez provocada por sanções elevaria os preços, reduzindo o uso nas lavouras. Isso comprometeria a produtividade das culturas e impactaria diretamente as exportações do agronegócio.
Para mitigar os efeitos dessa possível crise no fornecimento de fertilizantes, o executivo propõe três estratégias:
Buscar alternativas de importação em países como Canadá, Marrocos e regiões do Oriente Médio.
Avançar na produção interna, com foco na execução do Plano Nacional de Fertilizantes e em projetos de mineração de potássio, especialmente no Amazonas.
Promover o uso racional de nutrientes e a adoção de bioinsumos para diminuir a dependência de fertilizantes químicos tradicionais.
Para Nacaxe, o atual cenário internacional representa uma oportunidade para o Brasil rever sua dependência externa e investir em planejamento estratégico no fornecimento de insumos agrícolas. Com inovação e políticas estruturantes, o país pode fortalecer sua resiliência diante das instabilidades globais e preservar a competitividade do agronegócio.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias