Publicado em: 24/11/2025 às 19:20hs
Após um início de ano marcado por forte volatilidade nos preços dos fertilizantes, provocada pelo conflito entre Israel e Irã, o mercado internacional voltou a se estabilizar em 2025. Segundo análise do Itaú BBA, os principais nutrientes registraram recuo parcial nas cotações, com todos os produtos apresentando queda em relação às máximas observadas em julho — tanto em dólares quanto em reais.
Em moeda local, o MAP (fosfato monoamônico) atingiu as mínimas do ano, enquanto a ureia opera próxima aos valores registrados no mesmo período de 2024, sinalizando um cenário mais favorável para os produtores rurais.
Nos últimos três meses, a relação de troca entre fertilizantes e os principais produtos agrícolas brasileiros apresentou melhora significativa. Os preços dos nitrogenados e potássicos voltaram à média histórica, enquanto os fosfatados ainda permanecem em patamares mais altos.
A exceção é o café, que mantém a pior relação de troca, devido ao preço elevado do grão no mercado internacional. Mesmo assim, o ambiente atual abre espaço para retomar compras atrasadas voltadas à safrinha de 2026 e até antecipar negociações para o pacote tecnológico da safra de verão de 2027, aproveitando o momento de preços mais baixos.
Um dos destaques de 2025 é a migração crescente para fertilizantes com menor concentração de macronutrientes, tendência que tem alterado o perfil de consumo no país.
No segmento de nitrogenados, o sulfato de amônio (SAM) vem ganhando espaço ao oferecer melhor custo por unidade de nitrogênio (N) em comparação à ureia. Já entre os fosfatados, os preços mais baixos do superfosfato simples (SSP) e, em menor escala, do superfosfato triplo (TSP), têm impulsionado a demanda e reduzido a participação do tradicional MAP nas negociações.
Essas transformações já aparecem nos números da balança comercial brasileira. De janeiro a outubro de 2025, as importações de sulfato de amônio superaram as do mesmo período de 2024 — movimento que também se repetiu no caso do SSP em relação ao MAP, fato inédito para ambos os segmentos.
De acordo com o Itaú BBA, o resultado mostra que o produtor rural está mais atento à relação custo-benefício, buscando alternativas competitivas em um cenário de custos ainda sensíveis e margens apertadas.
A expectativa é que essa tendência continue nos próximos meses, com maior diversificação na composição dos adubos utilizados e planejamento antecipado para as próximas safras, aproveitando as condições mais favoráveis de preço e câmbio.
Fonte: Portal do Agronegócio
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