Adubos e Fertilizantes

Monitoramento de nitrogênio em tempo real pode gerar economia de até R$ 1 bilhão ao agronegócio paulista

Tecnologia reduz custos e aumenta eficiência no manejo de fertilizantes


Publicado em: 16/09/2025 às 08:00hs

Monitoramento de nitrogênio em tempo real pode gerar economia de até R$ 1 bilhão ao agronegócio paulista

O agronegócio em São Paulo pode economizar até R$ 1 bilhão por ano ao adotar tecnologia de monitoramento de nitrogênio em tempo real, segundo a Stenon, líder global em agtech. O sistema permite ajustes precisos na aplicação de fertilizantes, aumentando a eficiência e protegendo a produtividade das lavouras.

Para uma propriedade familiar, a economia pode chegar a R$ 250 mil por ano, enquanto grandes produtores corporativos podem reduzir custos em até 20 vezes esse valor.

Custos elevados de fertilizantes pressionam produtores

O fertilizante de nitrogênio, especialmente a ureia, registra preços altos no Brasil: entre US$ 435 e US$ 475 por tonelada, ou aproximadamente R$ 2.400 a R$ 2.600, mesmo após a queda de preços pós-pandemia. Fatores geopolíticos, como a crise no Leste Europeu e conflitos no Oriente Médio, impactam diretamente a oferta, afetando 17% da ureia brasileira proveniente do Golfo Pérsico.

Com os produtores de grãos gastando mais de um terço dos custos com nutrição das lavouras, qualquer economia no nitrogênio representa redução significativa de despesas.

Redução de uso sem comprometer a produtividade

Dados nacionais indicam que o estado de São Paulo utiliza aproximadamente 1,4 milhão de toneladas de produtos nitrogenados nos 8 milhões de hectares agrícolas. Estudos independentes mostram que o manejo de nitrogênio com precisão pode reduzir o uso total em 20% a 30% sem prejudicar a produtividade.

Na prática, isso significa cortar 0,28 a 0,42 milhão de toneladas do volume aplicado e economizar entre R$ 0,7 bilhão e R$ 1,1 bilhão por ano, protegendo os produtores de futuras altas de preços.

Como funciona a tecnologia Stenon

A Stenon é a única empresa no Brasil capaz de gerar esse tipo de ganho. Seu sistema baseado em sensores de campo mede o nitrogênio disponível e o carbono orgânico do solo (SOC) em menos de 20 segundos, sem necessidade de amostras congeladas ou logística complexa.

O dispositivo se integra ao aplicativo web da Stenon, que envia recomendações de nitrogênio diretamente aos controladores de taxa variável, permitindo ajustes rápidos durante a aplicação. O sistema utiliza machine learning para recalibragem contínua, garantindo precisão em diferentes tipos de solo, desde latossolos argilosos até cerrados arenosos.

Benefícios ambientais e climáticos

Reduzir o nitrogênio não apenas economiza recursos financeiros. A produção de um quilo de ureia gera cerca de 1,9 kg de CO₂e, e a aplicação excessiva aumenta emissões de óxido nitroso. Evitar 0,4 milhão de toneladas de nitrogênio previne quase 0,76 milhão de toneladas de CO₂e, equivalente a retirar cerca de 165 mil carros das ruas por um ano, contribuindo para metas climáticas do setor.

Resultados práticos em lavouras paulistas

Agrônomos que utilizaram a tecnologia no oeste paulista relataram reduções de 20% na dose de nitrogênio no milho e até 42% na cana-de-açúcar, mantendo ou melhorando a produtividade.

Segundo Niels Grabbert, CEO da Stenon:

“O nitrogênio é um alvo móvel: aplicado cedo demais é perdido para a atmosfera, tarde demais compromete a produtividade. Com dados em tempo real, os produtores acertam a dose ideal, reduzindo custos, preservando o solo e diminuindo a pegada de carbono.”

Estratégia para pequenos e grandes produtores

A tecnologia ajuda produtores menores a reduzir custos e aumentar a produtividade, mesmo diante de restrições de crédito e logística. Para grandes operações, a integração de dados em tempo real otimiza a aplicação de fertilizantes em grandes áreas, aumentando o retorno sobre investimento e fortalecendo a competitividade no setor agrícola.

Fonte: Portal do Agronegócio

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