Publicado em: 04/06/2025 às 11:50hs
Na última semana, a Índia anunciou uma nova licitação para a importação de ureia, movimento esperado pelo mercado global devido à proximidade da safra Kharif, um dos períodos mais importantes para a aplicação de fertilizantes no país asiático. Segundo o relatório semanal de fertilizantes da StoneX, essa decisão não surpreendeu investidores e analistas do setor.
A confirmação da licitação indiana reforça a tendência de alta nos preços globais da ureia, já que a Índia é uma das maiores importadoras mundiais de fertilizantes nitrogenados.
“O mercado acompanha atentamente essas licitações porque a Índia pode adquirir uma parte significativa dos estoques disponíveis, pressionando os preços para cima, especialmente em um cenário global de oferta restrita”, explica Tomás Pernías, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
A escassez na oferta global de ureia é agravada por restrições na produção, como as que ocorrem no Egito, onde cortes no fornecimento de gás natural reduziram a fabricação de fertilizantes nitrogenados, aumentando ainda mais a pressão sobre os preços.
Enquanto isso, o mercado monitora o possível retorno das exportações chinesas de ureia, que pode trazer efeitos opostos ao reduzir os preços globais. De acordo com Pernías, alguns fornecedores chineses já enviaram cargas para inspeção aduaneira, com possibilidade de liberação para exportação.
“Existe, porém, grande incerteza sobre os prazos e volumes que poderão ser efetivamente exportados, e a influência chinesa no mercado deve ocorrer, no melhor cenário, a partir de meados de junho”, comenta o analista.
No Brasil, esses movimentos internacionais adicionam incertezas em um momento crucial, pois a segunda metade do ano marca o início dos preparativos para a safra de verão, quando os custos de produção começam a ser definidos.
“Nesse cenário, a combinação entre a licitação indiana e as indefinições sobre as exportações da China pode aumentar a volatilidade e dificultar a previsibilidade dos preços dos fertilizantes para os produtores brasileiros”, conclui Tomás Pernías.
Fonte: Portal do Agronegócio
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