Adubos e Fertilizantes

Exportações chinesas de fertilizantes MAP e DAP caem 23% e elevam pressão sobre o mercado global

Redução das vendas externas pela China intensifica a disputa por cargas e impacta importadores, inclusive o Brasil


Publicado em: 17/11/2025 às 19:40hs

Exportações chinesas de fertilizantes MAP e DAP caem 23% e elevam pressão sobre o mercado global
Exportações chinesas de fosfatados atingem menor nível em anos

As exportações da China dos fertilizantes MAP (fosfato monoamônico) e DAP (fosfato diamônico) recuaram para os menores níveis dos últimos anos, segundo dados da StoneX. Entre janeiro e setembro de 2025, o país embarcou 3,7 milhões de toneladas desses produtos, o que representa uma queda de 23% em relação ao mesmo período de 2024.

A retração ocorre em meio ao maior controle das exportações pelo governo chinês, medida recorrente antes da alta temporada agrícola interna, mas que, neste ciclo, tem se mostrado mais restritiva do que o habitual.

Governo chinês reforça limites às exportações

De acordo com Tomás Pernías, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, a China tem adotado uma postura mais agressiva na contenção das vendas externas.

“A China já costuma limitar exportações para proteger o abastecimento interno, mas em 2025 a intensidade das restrições supera a de anos anteriores, o que tem aumentado a preocupação dos compradores internacionais”, afirmou Pernías.

O movimento reforça o papel estratégico do país no comércio mundial de fertilizantes. Em 2024, cerca de 16% das exportações globais de MAP — insumo amplamente utilizado na agricultura brasileira — tiveram origem na China. Ao lado de Marrocos, Rússia e Arábia Saudita, o país é um dos principais fornecedores mundiais.

Menor oferta chinesa eleva disputa global por cargas

A queda nas exportações chinesas tem alterado o fluxo de fornecimento global e aumentado a disputa entre os importadores. Mesmo países com menor dependência direta, como o Brasil, sentem os reflexos do desequilíbrio no mercado.

Em 2024, apenas 4% do MAP importado pelo Brasil veio da China. A maior parte foi adquirida da Rússia, Arábia Saudita e Marrocos. Ainda assim, quando os embarques chineses são reduzidos, os compradores de diferentes regiões passam a competir pelos mesmos fornecedores alternativos.

“Quando os volumes chineses desaparecem do mercado, compradores de diferentes regiões passam a buscar os mesmos fornecedores. Essa mudança repentina pressiona preços e reduz a previsibilidade das negociações”, explica Pernías.

Mercado brasileiro se adapta com alternativas de menor custo

O Brasil também vive um momento de queda nas importações de MAP em 2025, resultado dos preços elevados da matéria-prima e de relações de troca menos favoráveis ao produtor rural.

Como alternativa, muitos agricultores têm optado por fertilizantes de menor concentração, como o SSP (superfosfato simples), que em vários momentos tem oferecido melhor relação custo-benefício nas negociações.

Perspectivas para o mercado global

A manutenção das restrições chinesas deve continuar pressionando o mercado internacional de fertilizantes até o início de 2026, principalmente se a demanda agrícola global permanecer aquecida. Analistas apontam que o cenário reforça a necessidade de diversificação de fornecedores e de estratégias logísticas mais flexíveis por parte dos grandes importadores.

Fonte: Portal do Agronegócio

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