Publicado em: 02/12/2025 às 18:40hs
O Boletim Insumos CNA de novembro revelou uma importante mudança no cenário de importações brasileiras de fertilizantes. Pela primeira vez, a China ultrapassou a Rússia e se tornou o principal fornecedor de fertilizantes para o Brasil, consolidando sua posição como líder no setor entre janeiro e outubro de 2025.
Segundo o levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o país asiático exportou 9,76 milhões de toneladas de fertilizantes para o mercado brasileiro no acumulado até outubro deste ano. Os principais produtos foram Sulfato de Amônio (SAM) e formulações à base de Nitrogênio e Fósforo (NP).
A Rússia, que historicamente ocupava a liderança nesse mercado, enviou 9,72 milhões de toneladas no mesmo período. Apesar da queda relativa, o país continua sendo um fornecedor estratégico desses insumos para o agronegócio nacional.
O rápido crescimento nas importações de fertilizantes vindos da China teve reflexos diretos na logística portuária. De acordo com o boletim, o Porto de Paranaguá, no Paraná, enfrentou filas prolongadas de navios durante o ano, com tempo médio de espera de cerca de 60 dias para o desembarque das cargas.
O documento destaca que esse acúmulo provocou um gargalo logístico significativo, pressionando a capacidade operacional do terminal e elevando custos com demurrage — taxa cobrada quando um navio ou carga permanece além do prazo permitido no porto.
O boletim também indica que as relações de troca entre as principais culturas agrícolas e as fontes de fertilizantes fosfatados seguem desfavoráveis, refletindo desafios de custo para os produtores.
Por outro lado, as entregas totais de fertilizantes no Brasil apresentaram alta de 9% até agosto de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Caso o ritmo se mantenha, o país poderá alcançar um novo recorde histórico de consumo neste ano.
O Rio Grande do Sul foi um dos estados que mais influenciaram esse desempenho, principalmente devido ao atraso nas aquisições realizadas na região.
O estudo da CNA ainda analisou o mercado de defensivos agrícolas, apontando um aumento concentrado nos preços dos fungicidas. Essa elevação está diretamente relacionada à intensificação dos tratos culturais na cultura da soja, especialmente nas fases de maior vulnerabilidade da lavoura.
Fonte: Portal do Agronegócio
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