Publicado em: 13/05/2025 às 08:30hs
Contudo, uma abordagem focada no equilíbrio biológico do solo pode ser uma solução eficiente para mitigar os impactos financeiros dessa alta. Especialistas destacam que otimizar o uso de fertilizantes é crucial para garantir a sustentabilidade das operações agrícolas diante da volatilidade dos preços.
Os fertilizantes essenciais para a nutrição das lavouras, como o MAP (fosfato monoamônico) e o cloreto de potássio, apresentam aumentos significativos em seus preços. Segundo dados da Agrinvest Commodities, o preço do MAP subiu 90% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto o cloreto de potássio teve um aumento superior a 50% por tonelada desde novembro. Esse aumento reflete diretamente na relação de troca para o agricultor, que precisa de mais sacas de soja para adquirir a mesma quantidade de insumos.
No contexto de preços elevados, a eficiência agronômica do uso de fertilizantes torna-se uma estratégia fundamental para otimizar os recursos. O NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) representa uma das maiores fatias dos custos de produção, mas estudos da Embrapa indicam que sua eficiência varia entre 40% e 60%, ou seja, uma parte significativa do investimento pode não ser aproveitada devido a limitações do solo, como compactação, desequilíbrio químico ou baixa atividade biológica.
Entre os nutrientes, o fósforo apresenta um dos principais desafios. Nos solos agrícolas, cerca de 80% do P₂O₅ aplicado pode ficar retido em formas insolúveis, tornando-se indisponível para as plantas. Mesmo quando os teores de fósforo disponível atingem 20%, uma grande parte do fertilizante é perdida, impactando diretamente os custos e a produtividade.
Uma das soluções para aumentar a eficiência do uso dos fertilizantes está no manejo do microbioma do solo. Empresas especializadas, como a Microgeo, têm demonstrado a eficácia da biotecnologia para melhorar a capacidade de retenção e troca de nutrientes no solo. Em análises realizadas em 106 áreas agrícolas, o uso da biotecnologia Microgeo® resultou em um incremento médio de 170 kg/ha de superfosfato simples, o que gerou ganhos econômicos significativos para os produtores.
Paulo D'Andrea, diretor de P&D da Microgeo, destaca: “Nosso foco é tornar o solo mais eficiente, para que o produtor consiga aproveitar melhor cada real investido no manejo. Com o uso contínuo da nossa biotecnologia, o solo passa a ter mais vida e maior capacidade de disponibilizar os nutrientes, resultando em uma possível redução de perdas e, consequentemente, em mais retorno sobre o investimento”.
Diante do cenário desafiador, a eficiência no manejo do solo se torna uma alternativa importante para suavizar os impactos financeiros da alta nos preços dos fertilizantes. Para os produtores que ainda não adquiriram seus insumos, o momento é propício para considerar práticas que aumentem a eficiência de absorção dos nutrientes, preservando o investimento e avançando em direção a uma agricultura mais sustentável e resiliente às oscilações do mercado.
Paulo D'Andrea afirma que, “Diante de um cenário de alta no custo dos fertilizantes, o manejo do microbioma do solo não é mais um diferencial — é uma necessidade. A agricultura do futuro será aquela que conseguir extrair mais do solo com o mesmo ou menor volume de investimentos. A biotecnologia vem justamente para isso: transformar o solo em um ativo mais resiliente, produtivo e sustentável”.
Em um cenário de incertezas e custos elevados, a tecnologia e o manejo adequado do solo são aliados fundamentais para garantir a produtividade e sustentabilidade da agricultura brasileira. Ao investir no equilíbrio biológico do solo, o produtor rural não só otimiza os recursos disponíveis, mas também contribui para a preservação do meio ambiente e para uma maior competitividade no mercado global.
Fonte: Portal do Agronegócio
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