Publicado em: 03/09/2025 às 11:25hs
O vazio sanitário da soja, adotado em diversos estados produtores, chega ao fim neste mês de setembro, marcando o início da preparação para o novo ciclo agrícola. A medida, prevista em lei, proíbe o cultivo da oleaginosa entre junho e setembro para interromper o ciclo da ferrugem asiática, considerada a doença mais severa da cultura.
Durante o período, são eliminadas as chamadas plantas voluntárias — conhecidas como tigueras ou guaxas — que servem de hospedeiras para o fungo Phakopsora pachyrhizi, transmissor da doença. Essa “quebra” no ciclo do patógeno é essencial para reduzir riscos de contaminação na nova safra.
Em regiões como Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Rondônia, o vazio sanitário já é parte consolidada do calendário agrícola. Além de atender à legislação, os produtores que cumprem a medida colhem benefícios diretos:
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o cumprimento da regra contribui não só para a soja, mas também para outras culturas, já que diminui a pressão de pragas e doenças em todo o sistema agrícola.
Especialistas reforçam que a proteção da lavoura começa no vazio sanitário, mas deve se estender até a colheita e comercialização. Nesse processo, planejamento agrícola e uso de tecnologias são aliados estratégicos.
O engenheiro agrônomo Roney Smolareck, da empresa Motomco, que fabrica medidores de umidade de grãos, explica que a qualidade da soja está diretamente ligada ao ponto de umidade ideal, que deve variar entre 13% e 14%.
“Com o uso de medidores de umidade, o agricultor consegue acompanhar a condição dos grãos em todas as etapas — da colheita ao transporte e até a entrega em armazéns. Tecnologias como o sistema Connect permitem monitorar o processo com mais segurança e precisão”, afirma Smolareck.
O Mapa alerta que produtores flagrados com soja no campo durante o período proibido podem ser punidos com multas e até mesmo com a interdição da área. Para garantir o cumprimento da medida, equipes de fiscalização percorrem propriedades em diferentes regiões produtoras.
Além do impacto direto no bolso, o descumprimento compromete o esforço coletivo de combate à ferrugem asiática, já que a doença se espalha rapidamente entre estados vizinhos, colocando em risco toda a cadeia produtiva.
Fonte: Portal do Agronegócio
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