Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago voltaram a recuar no pregão desta terça-feira (24). O mercado, por volta de 8h20 (horário de Brasília), perdiam entre 4 e 5 pontos nos contratos mais negociados, com o novembro/18 sendo cotado a US$ 8,57 por bushel.

Parte das baixas respondem à correção positiva de 1 ponto percentual no índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições nos EUA pelo USDA (Departameto de Agricultura dos Estados Unidos) feita ontem, no fim do dia, para 70%.

"As previsões climáticas continuam mostrando condições ainda muito favoráveis para o desenvolvimento das safras", diz o boletim diário da Allendale, Inc.

E segundo explica o analista de mercado Fernando Muraro, da AgRural, uma safra de soja acima das 120 milhões de toneladas nos EUA já começa a se configurar. O momento atual, porém, é crucial para as plantas e precisa ser acompanhado bem de perto.

Ademais, os traders permanecem com o tema da guerra comercial entre China e Estados Unidos no radar, e à espera dos novos movimentos entre ambos os países. Até que novidades cheguem, o assunto segue na pauta, mas com peso mais tímido sobre os negócios.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira, por Fernanda Custódio:

Soja: Mercado recua nesta 2ª com foco na China, mas preocupação com a safra dos EUA limita perdas

A sessão desta segunda-feira (23) foi de ligeiras perdas aos preços da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Os vencimentos da commodity encerraram o dia com quedas entre 1,75 e 2,25 pontos. O contrato agosto/18 operava a US$ 8,47 por bushel, enquanto o setembro/18 trabalhava a US$ 8,53 por bushel e o novembro/18 a US$ 8,62 por bushel.

As preocupações com a guerra comercial entre EUA e China pesaram sobre os preços da soja nesta segunda-feira, segundo dados da Reuters internacional. Na última semana, o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que estaria pronto para impor tarifas sobre mais 500 bilhões de dólares em produtos importados da China, ameaçando intensificar a atual disputa comercial com o país asiático.

Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou o cancelamento da compra de 165 mil toneladas de soja, de origem opcional, por parte da China. O volume deveria ser entregue na campanha 2018/19.

"Embora as expectativas de que o USDA reduza seus índices de lavouras de soja e milho em boas condições nos EUA tenham ajudado a apoiar os mercados", disseram traders em entrevista à Reuters.

As informações serão atualizadas no final da tarde de hoje pelo departamento americano. Até a semana anterior, em torno de 69% dos campos de soja apresentavam boas ou excelentes condições.

Ainda hoje, o USDA trouxe seu boletim de embarques semanais de soja. Na semana encerrada no dia 19 de julho, os embarques do grão ficaram em 722,048 mil toneladas. As estimativas dos traders estavam entre 450 mil a 600 mil toneladas do grão.

Com o reporte, o volume embarcado e acumulado na temporada totaliza 51.702,357 milhões de toneladas, frente as 53.958,140 milhões de toneladas do mesmo período do ano anterior.

Mercado interno

O início da semana foi de ligeiras perdas aos preços da soja praticados no mercado doméstico, conforme levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas. Na região de Castro (PR), a perda foi de 2,25%, com a saca da oleaginosa a R$ 87,00.

Em Ubiratã (PR), o recuo ficou em 1,94%, com a saca do grão a R$ 76,00. Na localidade de Não-me-toque (RS), a saca fechou o dia a R$ 73,50, com desvalorização de 1,34%. Em São Gabriel do Oeste (MS), o preço também ficou em R$ 73,50 a saca, com perda de 0,68%.

No Porto de Rio Grande, os preços também caíram nesta segunda-feira. O preço futuro, para entrega em agosto/18, caiu 0,90%, com a saca a R$ 88,00. Já o disponível recuou 0,23% e terminou o dia a R$ 87,30 a saca. Em Paranaguá, a alta foi de 0,79%, com o valor disponível a R$ 89,00 a saca.

"Incertezas quanto à implementação do tabelamento de fretes e à tensão comercial entre Estados Unidos e China têm ampliado a diferença entre os valores pedidos por vendedores e os ofertados por compradores, dificultando o fechamento de novos negócios", destacou o Cepea em nota.