Publicado em: 29/01/2019 às 11:15hs
Os futuros da soja operam em queda nesta manhã de terça-feira (29) na Bolsa de Chicago. Por volta de 7h25 (horário de Brasília), as cotações recuavam entre 3,25 e 3,75 pontos nos principais contratos, mas com o março ainda mantendo os US$ 9,20 e o maio/19, importante vencimento para a formação dos preços no Brasil, sendo cotado a US$ 9,33 por bushel.
Embora o governo norte-americano tenha sido reaberto, o mercado internacional ainda carece de informações que possam direcioná-lo de forma mais consistente. Os traders começam a recuperar os dados para que possam voltar a especular sobre eles.
As atenções estão divididas também com as expectativas sobre a guerra comercial e a nova safra da América do Sul.
"Sem novidades na guerra comercial EUA/China, traders ansiosos para a divulgação dos dados USDA, agora que os escritórios do governo americano voltaram a operar por periodo indeterminado. No entanto, enquanto a expectativa era que todos os números atrasados seriam conhecidos ainda esta semana, os comentários são de que dados de exportações americanas poderão sim ser divulgados nos próximos dias, mas números oficiais de oferta e demanda americana e mundial serão conhecidos apenas no dia 8 de fevereiro", explica o diretor da Cerealpar, Steve Cachia.
Afinal, é para o próximo dia 8 que está previsto o novo boletim mensal do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que o mercado espera que seja, de fato, divulgado.
Ademais, se espera ainda o reporte das primeiras intenções de plantio nos EUA nas próximas semanas, bem como a volta das informações diárias sobre as vendas para exportação, bem como das vendas semanais.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Soja fecha estável em Chicago e no Brasil em 2ª feira de pouca especulação e dólar em queda
Os preços da soja deram início à semana ainda com variações bem tímidas tanto no mercado internacional, quanto interno. Segue a falta de informações sobre os negócios no cenário externo, o que limita as variações na Bolsa de Chicago e, consequentemente, nos portos e praças de comercialização do Brasil.
No terminal de Rio Grande, a soja disponível terminou o dia com queda de 0,26% para R$ 75,80 por saca, a mesma baixa foi reportada fevereiro, que terminou o dia com R$ 76,30. Em Paranaguá, alta de 0,39% no spot, para R$ 76,30, e queda de 1,03% para março/19, que ficou em R$ 77,20 por saca.
No porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, a soja subiu 0,91% para R$ 77,40 nesta segunda-feira. Santos não conta com referências neste momento.
No interior, as variações foram extremamente localizadas e registradas, entre as praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, apenas em Sorriso/MT, com baixa de 0,83% para R$ 59,50 e em São Gabriel do Oeste/MS, onde o último preço foui de R$ 64,00, com queda de 1,54%.
A pouca movimentação nos preços da soja no mercado brasileiro se deu não só pela variação limitada dos futuros da oleaginosa na Bolsa de Chicago, mas também pelo recuo do dólar registrado neste início de semana. A moeda americana terminou a segunda-feira com queda de 0,17% e valendo R$ 3,7655.
"As atenções hoje ficaram voltadas para o mercado interno", afirmou o diretor de uma corretora nacional á agência de notícias Reuters. O foco maior do mercado ficou sobre a cirurgia do presidente Jair Bolsonaro.
Os prêmios também não exibiram grandes mudanças neste início de semana e ainda se mantêm no intervalo entre 30 e 45 cents de dólar sobre os valores praticados na Bolsa de Chicago para as principais posições de entrega.
Para o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, os próximos dias deverão ser de um melhor fluxo de negócios, com a reabertura do governo norte-americano e diante das expectativas de um acordo que poderia ser firmado entre China e EUA em torno da guerra comercial. Confirmado, afinal, o consenso poderia ser combustível para que os preços em Chicago recuperassem patamares importantes.
Bolsa de Chicago
Em Chicago, os futuros da soja fecharam o pregão desta segunda-feira com pequenas baixas de 1,50 a 2,50 pontos nos principais contratos, com o março valendo US$ 9,23 e o maio/19, US$ 9,36. Ao longo do dia, as perdas foram mais expressivas e chegaram a superar os 7 pontos nas posições mais negociadas.
Como explica o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora, ainda faltam informações suficientes para direcionar as cotações na CBOT, e os traders permanecem cautelosos.
Assim, os participantes do mercado nesta semana voltam seus olhos, portanto, ao novo encontro entre China e Estados Unidos que acontece entre os dia 30 e 31 de janeiro, de onde poderiam sair novas informações que pudessem ampliar e intensificar as especulações no mercado internacional.
"Se tiver um acordo, a tendência de alta na Bolsa é verdadeira. Mas onde estarão os prêmios no Brasil e na Argentina? A oferta global, como estará?", questiona Mariano.
Assim, até que novas notícias comecem a chegar ao mercado, as cotações deverão permanecer caminhando de lado, sem grandes alterações e com a especulação ainda bastante rasa.
Fonte: Notícias Agrícolas
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