Publicado em: 16/09/2019 às 10:50hs
O mercado da soja iniciou seus trabalhos em alta na Bolsa de Chicago nesta segunda-feira (16), mas voltou a atuar do lado negativo da tabela. Por volta de 7h55 (horário de Brasília), as cotações perdiam pouco mais de 3 pontos nos principais contratos, com o novembro vale do US$ 8,95 e o março, US$ 9,20. O maio já marcava US$ 9,31 por bushel.
Nesta segunda, o mercado internacional de commodities e financeiro começa a semana em alerta. As notícias dos ataques a bomba, por drones, à instalações petrolíferas na Arábia Saudita dão início a uma nova crise que fizeram os preços do petróleo registrarem sua maior alta desde a Guerra do Golfo, na década de 1990.
Na abertura do mercado em Londres, os futuros chegaram a disparar mais de 20%, enquanto subiam mais de 10 em Nova York. Na sequência, o movimento foi se amenizando, mas altas ainds são intensas. Perto de 8h10, na bolsa norte-americana, os ganhos eram de pouco mais de 9%.
"Os preços do petróleo explodiram, subindo até 10% na Ásia e pode afetar também os preços de óleo de soja e milho (etanol e biodiesel)", explica Steve Cachia, consultor da Agro Culte e da Cerealpar.
Na outra ponta, entre os fundamentos da soja, o mercado espera pelo boletim semanal de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que chega no fim da tarde de hoje e no clima para o Corn Belt.
Além disso, ainda observa também o início da nova safra no Brasil.
Veja como fechou o mercado na última semana:
Soja: Mercado brasileiro termina semana com queda de mais de 20% nos prêmios
A semana termina na sexta-feira 13 para o mercado da soja com baixas de mais de 20% nos prêmios para o produto brasileiro em relação à sexta anterior. Entre as principais posições de entrega, o outubro foi de 130 para 95 pontos, perdendo 26,92% na semana.
Entretanto, como relatou o consultor em agronegócios Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios, os valores praticados já têm variado entre 65 e 70 cents somente. Nos melhores momentos, tais posições chegaram a bater em mais de 140, 150 pontos.
Os negócios não chegaram a perder tanto fôlego e ritmo, mas também não se comportaram como em semanas anteriores. Afinal, com o recuo dos prêmios e também do dólar nesta semana, os preços da soja nos portos do país para o produto da safra velha voltaram a variar entre R$ 85,50 e R$ 86,00 por saca, ainda segundo Fernandes, depois de bater em mais de R$ 88,00 nos últimos dias.
"Nossa ânsia exportadora diminui um pouco neste momento, mas ainda continuamos vendendo bem. E a China precisa comprar nos Estados Unidos também", explica o consultor da Terra. E a pressão maior sobre os prêmios veio, justamente, dessa maior aproximação da China com os EUA, resultado de movimentos de ambos os lados para amenizar as tensões da guerra comercial nos últimos dias.
Somente nesta sexta, a nação asiática comprou 204 mil toneladas de soja da safra 2019/20 norte-americana. O anúncio foi feito pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados unidos) e confirma as sinalizações de que os chineses estariam, de fato, dispostos a voltar pontualmente ao mercado dos EUA.
Já nesta quinta (12), o Notícias Agrícolas deu a notícia de que compradores da China estariam pesquisando preços de soja norte-americana para compras de 1 milhão a 2 milhões de toneladas para embarques entre novembro e dezembro pelos porto do Pacífico, de acordo com informações apuradas pela ARC Mercosul.
De acordo com a consultoria, o 'pacote total' seria de algo entre 4 e 5 milhões de toneladas, segundo fontes ouvidas pela ARC, e irá depender de como as negociações acontecerem em outubro, quando se encontram presencialmente as delegações dos dois países em Washignton.
PREÇOS EM CHICAGO
Na Bolsa de Chicago, os futuros da oleaginosa fecharam com leves ganhos de pouco mais de 3 pontos nos principais contratos, mas acumulou uma alta de mais de 4% na semana. O vencimento novembro subiu 4,78% para ficar nos US$ 8,98 e o março/20, referência para a safra brasileira, nos US$ 9,24 por bushel.
E boa parte desse avanço expressivo dos preços durante esta semana veio dessa melhora na relação entre chineses e americanos. O relatório mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) foi divulgado nesta quinta (12), mas seus números foram insuficientes para promover uma mudança ainda mais intensa nas cotações.
O objetivo do mercado neste momento, porém, é o de entender quais serão os próximos passos do mercado depois destas últimas notícias. "Operadores do mercado aqui em Chicago estão tentando esclarecer uma diversidade de anúncios publicados pela China sobre as tarifas de importação nos Estados Unidos", disseram os diretores da ARC Mercosul.
"Nossas fontes na Ásia não acreditam que o governo chinês aprovará mais do que algo entre 2 e 3 milhões de toneladas da soja norte-americana sendo importada sob a isenção de tarifas. O anúncio da parte chinesa só serviu para demonstrar alguma “gentileza” para a abertura de novas conversas com Trump", completam os especialistas.
Fonte: Notícias Agrícolas
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