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Soja trabalha com estabilidade nesta 3ª feira na Bolsa de Chicago ainda se ajustando

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago trabalham, na sessão desta terça-feira (14), bem próximos da estabilidade e do lado positivo da tabela


Publicado em: 14/08/2018 às 11:10hs

Soja trabalha com estabilidade nesta 3ª feira na Bolsa de Chicago ainda se ajustando

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago trabalham, na sessão desta terça-feira (14), bem próximos da estabilidade e do lado positivo da tabela. As cotações subiam tímidos de 0,25 a 0,50 ponto entre os principais vencimentos, com o novembro/18 sendo cotado a US$ 8,69 por bushel.

O mercado, como explicam analistas e consultores, seguem se ajustando após as baixas intensas do fim da última semana, que refletiram os números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que trouxeram aumentos expressivos para a produtividade, produção e estoques da safra 2018/19.

Por outro lado, o USDA trouxe no fim do dia de ontem, após o fechamento da sessão, uma nova redução de 1 ponto percentual no índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições nos EUA, o que também dá suporte aos preços.

Até o último domingo (12), 66% dos campos de soja se mostravam em bom ou excelente estado, contra 67% da semana anterior. Em condições regulares estavam 24% das lavouras e 10% em condições ruins ou muito ruins.

"Os traders não se surpreenderam com os dados mais recentes sobre o progresso da safra, já que ficaram dentro do esperado. Estimativas de rendimento privado e resultados de safra estão começando a circular no mercado, o que pode adicionar alguma volatilidade aos movimentos", diz o reporte da Allendale, Inc.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Soja busca recuperação em Chicago e, ao lado do dólar, puxa preços no Brasil nesta 2ª feira

Após a despencada na última sexta-feira (10), de mais de 40 pontos, os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago voltaram a subir no pregão desta segunda-feira. O mercado, como explicou o analista Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, veio se ajustando após uma "baixa exagerada" no final da última semana.

"Essa situação, afinal, cria as chamadas compras de oportunidade. O preço caiu tanto que fica atrativo comprar. É uma correção de um exagero e uma recuperação dentro do previsto, mas não é uma reversão de tendência e o mercado continua com um viés baixista", diz Cogo.

E assim, as cotações da oleaginosa terminaram o dia com altas de 6,50 a 7,50 pontos nos principais vencimentos, com o novembro/18 cotado a US$ 8,68 e o janeiro/19 valendo US$ 8,80 por bushel.

Esse ajuste do mercado vem ao lado de algumas boas notícias da demanda, como o anúncio de uma nova venda norte-americana nesta segunda, de mais de 140 mil toneladas para o México, além dos embarques semanais dos EUA, reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), acima das expectativas do mercado.

Na semana encerrada em 9 de agosto, os EUA embarcaram 580,824 mil toneladas de soja, contra projeções que variavam de 490 mil a 900 mil toneladas. No acumulado da temporada comercial, o país já tem 53.951,248 milhões de toneladas da oleaginosa embarcadas, abaixo de mais de 55 milhões do mesmo período do ano passado.

Paralelamente, ainda como explica Cogo, o ritmo da demanda chinesa por soja, que se mantém muito aquecido, também dá suporte as cotações. "A demanda da China não caiu tanto quanto o projetado, e a previsão de consumo foi elevada para a China, colocada em 4% maior do que na temporada passada", diz.

O analista explica também que todo esse ambiente criado pela guerra comercial entre China e Estados Unidos e mais a baixa expressiva dos preços tem causado um desânimo expressivo entre os produtores norte-americanos, o que poderia provocar uma retração de área na safra 2019/20 nos EUA. "E isso, no longo prazo, é um fator altista para os preços", afirma Cogo.

A questão do clima nos Estados Unidos, por outro lado, ainda mantém as cotações pressionadas e as perspectivas de uma grande safra vinda dos EUA. Os problemas e preocupações são pontuais e as previsões deste início de semana mostram condições favoráveis para os próximos dias no Corn Belt.

"O aumento de 2 sacas por hectare nas estimativas de produtividade da soja nos EUA reflete o atual cenário desta safra (...)Vale lembrar que um grande definidor de teto produtivo são as condições edafoclimáticas para o mês de agosto, principalmente no caso da soja", diz a AgResource Mercosul (ARC).

O Commodity Weather Group (CWG), em sua previsão desta segunda-feira (13), mostra que para os próximos cinco dias, o Meio-Oeste americano deverá receber chuvas de 12,7 a 32,7 mm nos próximos cinco dias, e as precipitações devem cobrir cerca de 75% do Meio-Oeste. As previsões do NOAA, o serviço oficial de clima do governo norte-americano são bastante semelhantes.

Mercado Brasileiro

No Brasil, não só a recuperação de Chicago, mas a disparada do dólar frente ao real ajudou a puxar os preços no interior e portos do país. A moeda americana, na máxima do dia, foi a R$ 3,9297 para fechar o dia com R$ 3,8973 e com ganho dae 0,86%.

"A preocupação se refere à exposição de bancos da zona do euro aos títulos turcos. Isso mesmo com o banco central turco estabelecendo medidas emergenciais", afirmou, em relatório, o economista-chefe do Home Broker ModalMais, Alvaro Bandeira à Reuters.

Assim, em Paranaguá, a soja disponível subiu 2,22% para R$ 92,00 por saca, e o fevereiro/19 foi a R$ 84,00, com ganho de 1,20%. Em Rio Grande, o produto fechou com alta de 0,57% no spot, valendo R$ 87,50. Já o setembro/18 perdeu 0,57% para os mesmos R$ 87,50.

Fonte: Notícias Agrícolas

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