Publicado em: 19/07/2018 às 10:12hs
Ainda atuando com estabilidade, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago passam para o lado negativo da tabela nesta manhã de quinta-feira (19). Perto de 7h50 (horário de Brasília), as cotações recuavam pouco mais de 2 pontos entre os principais contratos. Com isso, o novembro/18 tinha US$ 8,55 por bushel.
O mercado devolve parte dos últimos ganhos, porém, ainda se comporta de forma bastante técnica, se apegando a suas referências de suporte e resistência para se movimentar, além de aguardar por novas notícias que possam direcionar os preços de forma mais efetiva.
O clima nos EUA, embora tenha trazido pequenas e pontuais preocupações, também ainda favorece, em linhas gerais, o desenvolvimento da nova safra e é insuficiente para dar, nesse momento, algum suporte consistente para os preços.
Nesta quinta, os traders recebem também a atualização das vendas semanais para exportação e os números podem mexer com o andamento das cotações, mas também de maneira pontual. As expectativas do mercado são de de 200 mil a 500 mil toneladas de soja da safra velha e de 100 mil a 500 mil da safra nova.
Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:
Soja: Preços fecham com estabilidade no Brasil e em Chicago nesta 4ª com mercado esperando por novidades
O mercado internacional da soja deu uma pausa no rally dos últimos dois dias e fechou o pregão desta quarta-feira (18) com estabilidade na Bolsa de Chicago. As cotações, porém, foram mantidas do lado positivo da tabela, como trabalharam durante todo o dia.
Entre as posições mais negociadas, os ganhos ficaram entre 2,50 e 3 pontos, com o agosto/18 cotado a US$ 8,42 e o novembro/18 sendo cotado a US$ 8,57 por bushel.
Analistas internacionais afirmam que os traders agora voltam a buscar novas notícias que possam seguir alimentando esse movimento de recuperação dos preços, que se mostrou técnico após um momento de mercado excessivamente vendido.
"E muito das altas do início da semana veio da realização de lucros de posições vendidas e não tanto da compra de novas posições por parte dos altistas. E esta ainda foi uma sessão marcada por um baixo volume de negócios", explica Ben Potter, analista de grãos do portal internacional Farm Futures.
O dólar mais forte nesta quarta-feira, segundo Potter, também limitou o avanço das cotações em Chicago e nas demais commodities de uma forma geral. O ouro, por exemplo, fechou em seu menor preço em um ano após o fortalecimento da moeda americana frente a uma cesta de outras divisas.
Assim, os traders ainda aguardam por novas informações a respeito da guerra comercial entre China e Estados Unidos, bem como por novidades em torno do clima no Meio-Oeste americano. As condições climáticas dos últimos dias provocaram alguma especulação sobre o potencial das lavouras americanas, mas há ainda 69% dos campos em boas ou excelentes condições.
"Tempestades que se movem para o centro do Corn Belt até o final da semana devem melhorar a umidade no leste do Meio-Oeste, mas não devem chegar à áreas mais secas ao leste de Illinois e Kansas", mostram inforomações apuradas pelo Farm Futures.
De outro lado, uma nova venda de 199,5 mil toneladas de soja para o Paquistão, com oferta da safra nova, ajudou a dar algum suporte para as cotações nesta quarta. A soja americana, afinal, segue bastante atrativa para os compradores além China e atraem esses importadores 'alternativos'.
Mercado Brasileiro
No Brasil, os preços acompanharam a estabilidade do mercado internacional e as variações entre os principais indicativos foram bem pontuais, mas positivas em quase todos os casos.
Enquanto a oleaginosa subiu 0,65% em Cascavel/PR, para R$ 77,00 por saca, recuou 2,63% em Brasília, para R$ 74,00. Nas demais regiões, as cotações se mantiveram estáveis, também esperando pelos novos movimentos de Chicago.
Nos portos, o destaque ficou para o terminal de Santos, onde a soja disponível fechou com 1,69% de alta e R$ 90,00 por saca. Em Rio Grande, soja disponível fechou com R$ 87,30 e queda de 0,34%, enquanto o agosto/18 fopi a R$ 88,00, subindo 0,57%. Em Paranaguá, R$ 91,00 no spot e R$ 82,00 para março do ano que vem.
A demanda pela soja brasileira segue muito aquecida e o momento favorece uma manutenção de prêmios bastante elevados, acima dos US$ 2,00 sobre os valores praticados em Chicago.
Ao se comparar os prêmios pagos pela soja do Brasil no porto de Paranaguá em 16 de julho de 2017 pode se observar uma alta de mais de 200% em relação aos preços de hoje. A posição de entrega agosto tinha, há um ano, 65 cents de dólar sobre o valor da CBOT, contra os US$ 2,30 desse momento - uma alta de 253,85% - , e o setembro, que marcava 75 cents, tem hoje impressionantes US$ 2,65 sobre Chicago - um ganho de 226,67%.
Para a safra nova, a diferença, embora mais tímida, também é importante. Há um ano, o março tinha 50 cents de prêmio, contra os 98 de julho de 2018, um aumento de 96%.
O dólar, nesta quarta, voltou a recuar e fechou com perda de 0,12% a R$ 3,8415. A moeda se mantém acima dos R$ 3,80, porém, acompanha a mensagem do ritmo mais gradual da alta dos juros nos EUA e os os traders mantêm sua cautela antes das eleições presidenciais brasileiras.
Fonte: Notícias Agrícolas
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