Publicado em: 27/07/2018 às 10:50hs
Os preços da soja voltam a subir na Bolsa de Chicago no pregão desta sexta-feira (27). Os futuros da oleaginosa, por volta de 8h50 (horário de Brasília), subiam entre 3 e 3,75 pontos, dando continuidade ao fechamento positivo de ontem. Assim, o novembro/18 valia US$ 8,79 por bushel.
Seguem as especulações sobre os acordos comerciais ao redor do mundo, principalmente as que envolvem os Estados Unidos. O acordo entre União Europeia e os americanos repercutiu instantaneamente na sessão anterior, levando a ganhos de mais de 2%, mas que logo foram amenizados.
"Assim como a ARC alertou aos seus clientes, tal medida seria improvável de ser implementada, uma vez que a UE não tem controle algum sobre os exportadores e esmagadores privados membros do bloco econômico. Além do mais, a Europa não possui capacidade excedente na compra de soja adicional dos EUA", explicou a AgResource Mercosul em seu boletim diário.
Os movimentos positivos das cotações, portanto, ainda permanecem bastante frágeis, com os traders ainda cautelosos diante das próximas manchetes que possam chegar ou dos anúncios que saem da Casa Branca.
Além disso, a pressão do clima favorável para a nova safra americana e a perspectiva de uma safra próxima de 120 milhões de toneladas ainda pesa sobre o mercado em Chicago.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Soja volta a estabilidade em Chicago, mas preços sobem no BR e Paranaguá bate nos R$ 90,50
O efeito do acordo comercial entre Estados Unidos e União Europeia que pode estimular o comércio de soja entre os dois países teve, de fato, um efeito quase que pontual sobre os preços da oleaginosa na Bolsa de Chicago e, depois das altas de mais de 2% registradas mais cedo, o mercado fechou bem próximo da estabilidade.
Os futuros da soja fecharam o pregão desta quinta-feira (26) com pequenas variações positivas entre 0,25 e 0,50 ponto e o novembro/18 sendo negociado a US$ 8,76 por bushel. O contrato, que é agora a principal referência do mercado, bateu em US$ 8,96 na máxima do dia.
Segundo explicou o analista Ben Potter, do portal Farm Futures, as cotações recuaram "depois de subirem mais de 15% cedo e passarem, na sequência, por um movimento de vendas técnicas, com os traders realizando lucros".
Ao longo do dia, o diretor da Cerealpar e consultor do Kordin Grain Terminal, de Malta, Steve Cachia, já vinha alertando para um efeito pontual e momentâneo dessas informações, com a menor demanda chinesa e a guerra comercial entre China e EUA ainda no radar dos traders.
"Há um suporte do acordo comercial EUA e União Europeia, que deve levar a um maior volume de exportações americanas de soja para esta região. Estes acontecimentos podem, pelo menos momentaneamente, provocar a entrada dos fundos de investimento no mercado e oferecer suporte apesar da pressão das condições excelentes da safra americana de soja 2018", diz.
Além disso, o bom desenvolvimento da nova safra norte-americana - que pode chegar aos 120 milhões de toneladas - também, como explica o executivo, mantém os preços pressionados.
Preços no Brasil
No Brasil, mesmo com os prêmios estáveis tal qual o mercado de Chicago, as cotações pegaram carona na retomada do dólar e subiram de forma bastante significativa, principalmente nos portos.
Quem liderou as altas, foi o terminal de Paranaguá, onde a soja disponível subiu 4,02% para chegar aos R$ 90,50 por saca, enquanto para fevereiro/19, o ganho de 1,23% levou a referência aos R$ 82,00. Em Rio Grande, estabilidade nos R$ 87,00 no disponível.
No interior, apesar de pontuais, os ganhos da soja chegaram a marcar até 1,47%, com foi o caso do Oeste Bahia, onde o preço foi a R$ 69,00 por saca.
O dólar encerrou os negócios desta quinta-feira com alta de 1,20% e valendo R$ 3,7468. "O dólar caiu muito nos últimos dias, era natural uma correção, até pelos níveis de preços: 3,70 reais chama comprador", comentou o gestor de derivativos de uma corretora nacional ao citar o noticiário político doméstico recente à agência de notícias Reuters.
Fonte: Notícias Agrícolas
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