Publicado em: 05/11/2025 às 11:10hs
Depois de uma sequência de altas expressivas, a soja voltou a subir na Bolsa de Chicago (CBOT) nesta quarta-feira (5), impulsionada pelo anúncio de um acordo comercial entre China e Estados Unidos. A notícia trouxe novo fôlego ao mercado, que havia passado por uma correção natural na véspera, após atingir os maiores patamares dos últimos 16 meses.
Segundo informações da TF Agroeconômica, o movimento de recuperação é limitado, já que parte do mercado já vinha precificando a possibilidade do acordo. Por volta das 8h55 (horário de Brasília), as cotações registravam ganhos entre 6,25 e 7,75 pontos, com o contrato de janeiro cotado a US$ 11,29 e o de maio a US$ 11,43 por bushel.
A expectativa agora é de que a China amplie as compras de soja norte-americana, mesmo com a manutenção de uma tarifa de 13% sobre o produto dos EUA. Além disso, o mercado segue atento às próximas rodadas de negociações entre as duas potências e às condições climáticas no Brasil, que influenciam diretamente o andamento do plantio da safra 2025/26.
O desempenho positivo também foi sustentado pelos derivados: farelo e óleo de soja registraram alta consistente, com o farelo liderando os ganhos e oferecendo suporte adicional às cotações do grão.
Na terça-feira (4), o mercado havia encerrado em queda após forte valorização nos dias anteriores. O contrato de novembro recuou 1,03%, cotado a US$ 1.108,25 por bushel, enquanto o de janeiro caiu 1,12%, a US$ 1.121,50. Entre os derivados, o farelo de soja para dezembro teve baixa de 1,06%, a US$ 317,4 por tonelada curta, e o óleo de soja caiu 0,62%, fechando a US$ 49,53 por libra-peso.
De acordo com a TF Agroeconômica, as quedas refletiram a perda momentânea de competitividade da soja norte-americana e a realização de lucros por parte dos investidores. O ritmo lento das compras chinesas, sem novos anúncios oficiais de importação, também contribuiu para a volatilidade recente. Analistas apontam, no entanto, que o mercado tende a uma acomodação de preços, enquanto monitora o avanço da demanda asiática e as condições climáticas nas principais regiões produtoras das Américas.
No mercado interno, o Paraná segue como um dos principais polos de valorização da soja no Brasil. Em Paranaguá, a saca foi negociada a R$ 141,80 (+0,53%), enquanto em Cascavel ficou em R$ 127,30 (-0,68%) e em Maringá, a R$ 129,92 (+0,30%). Já em Ponta Grossa, a cotação FOB foi de R$ 132,05 (-0,20%), e no balcão local, o valor foi de R$ 120,00 por saca.
Em Pato Branco, o preço alcançou R$ 140,20 (+0,23%), consolidando o estado como um dos mais competitivos do país. O desempenho paranaense reflete boas condições logísticas e um ritmo de comercialização equilibrado, mesmo diante da volatilidade global.
O Rio Grande do Sul enfrenta um cenário mais desafiador, com retração nas cotações e dificuldades financeiras. Conforme a TF Agroeconômica, os preços no porto foram reportados a R$ 140,00/sc, enquanto no interior variaram entre R$ 120,00 e R$ 130,00/sc, dependendo da localidade. Em Panambi, o recuo mais acentuado sinaliza menor ritmo comprador no mercado físico.
Já Santa Catarina manteve estabilidade e desempenho comercial consistente. A flexibilidade logística do estado tem sido um diferencial importante para lidar com a volatilidade regional. No porto de São Francisco, a soja foi cotada a R$ 140,20 (+0,23%).
No Mato Grosso do Sul, os preços da soja apresentaram leve alta, com destaque para Dourados, Campo Grande e Maracaju, onde a saca foi cotada a R$ 124,80 (+0,60%). Em Chapadão do Sul, o preço foi de R$ 120,72 (-0,16%), enquanto em Sidrolândia, também atingiu R$ 124,80 (+0,60%). O estado tem reforçado sua estratégia de diversificação econômica, investindo na expansão da produção de etanol de milho, o que fortalece o setor agroindustrial local.
No Mato Grosso, principal produtor nacional, o plantio segue com atraso leve, o que pode reduzir a janela ideal para o milho safrinha e pressionar a logística na colheita. Mesmo assim, as projeções de safra permanecem positivas. Os preços médios ficaram em R$ 121,73 (-0,18%) em Campo Verde, Primavera do Leste e Rondonópolis, e R$ 120,95 (+0,75%) em Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Sorriso.
Fonte: Portal do Agronegócio
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