Publicado em: 05/09/2018 às 10:30hs
O mercado internacional da soja tem um novo dia de estabilidade nesta quarta-feira (5). Os preços da commodity, por volta de 8h20 (horário de Brasília), as cotações perdiam pouco mais de 0,25 ponto nos principais contratos, com o novembro/18 sendo negociado a US$ 8,44 por bushel.
Os traders ainda aguardam por definições, principalmente entre as questões comerciais, para definir um caminho mais claro para o mercado. O futuro do NAFTA voltou ao centro das discussões nesta semana.
Além disso, luta também para não sentir a pressão da entrada da nova safra americana de forma mais intensa, renovando as mínimas para os preços.
E nos EUA, a nova safra se conclui de forma bastante satisfatória. Ontem, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe seu novo reporte semanal de acompanhamento de safras mostrando uma manutenção no índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições no país em 66%. 23% em condições regulares e 11% em condições ruins ou muito ruins. Os números são os mesmos da semana anterior.
Há ainda 16% das lavouras de soja na fase de derrubada das folhas, contra 7% da semana anterior, 10% do ano passado e 9% de média.
A atenção agora, porém, se volta para o cenário climático que o Corn Belt terá que enfrentar durante a colheita 2018/19. "E comentários sobre chuvas no centro-oeste americano podendo atrasar o ritmo de colheita dão suporte aos preços", diz Steve Cachia, diretor da Cerealpar.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Preços da soja sobem até 4,3% nos portos do BR e ainda se sustentam na combinação de prêmios e dólar
Os preços da soja no Brasil subiram de forma quase generalizada nesta terça-feira, acompanhando os altos valores dos prêmios - principalmente para o produto disponível - e o dólar, que segue acima dos R$ 4,10.
No porto de Paranaguá, o produto disponível subiu 4,35% para R$ 96,00 por saca, enquanto em Rio Grande foi a R$ 92,00, subindo 0,55%. Na referência seguinte, a oleaginosa em R$ 92,50 no terminal gaúcho, com alta de 0,54%.
Para a safra nova, a alta também foi significativa - de 1,18% - e fechou com R$ 86,00 também em Paranaguá. Posto Rio Grande, ao longo do dia, com entrega maio e pagamento início de junho, o valor de referência foi de R$ 88,00 por saca. Passou a R$ 89,00 com entrega junho, pagamento no fim do mesmo mês.
A composição de câmbio e prêmios contiuna sendo o principal combustível para os preços da soja no mercado nacional, como explica o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora. De Chicago, afinal, as reações não deverão chegar em um espaço curto de tempo, uma vez que o mercado internacional ainda sente a pressão de uma grande oferta vinda dos EUA - onde a colheita está prestes a ser iniciada - e da guerra comercial ainda em curso dos americanos com os chineses.
Somente nesta terça-feira, diante dessa falta de reação das cotações externas e de uma demanda forte pela soja do Brasil, os prêmios subiram entre 1,56% e 4,88%, com o outubro e novembro como posições de entrega carregando, respectivamente, 210 e 215 pontos acima da Bolsa de Chicago.
No mercado cambial, a moeda americana testou os dois lados da tabela e terminou o dia praticamente estável, com uma leve alta de 0,03% e R$ 4,1531. Na máxima do dia, a divisa foi a R$ 4,1947.
"O mercado aguarda os desdobramentos das negociações entre os Estados Unidos e o Canadá, além da imposição de novas alíquotas já anunciadas pelo governo norte-americano aos produtos chineses. Com isso, o clima segue de cautela, o que tem atingido, além das bolsas europeias, as moedas dos países emergentes", justificou mais cedo o banco Bradesco em relatório, quando o dólar rondava as máximas do dia, segundo noticiou a Reuters.
Bolsa de Chicago
No mercado internacional, a soja também testou os dois lados da tabela e fechou o pregão desta terça-feira com pequenas altas 0,25 a 0,75 ponto entre as principais cotações. Assim, o novembro/18 - que é referência para os preços agora - ficou em US$ 8,44 por bushel.
Como explicou o analista de mercado da Price Futures Group, Jack Scoville, a demanda pela soja americana - com muitos compradores extra China focados no produto dos EUA - é muito intensa neste momento, dados os preços mais competitivos, porém, a pressão da chegada da nova safra ao mercado ainda pode pesar um pouco mais agressivamente sobre as cotações.
E na disputa entre essas duas frentes, os traders seguem buscando um direcionamento para as cotações.
Fonte: Notícias Agrícolas
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