Soja

Soja tem leves altas nesta 2ª feira em Chicago e espera novidades sobre a China e o clima nos EUA

Por volta de 8h10 (horário de Brasília), no pregão desta segunda-feira (2). Dessa forma, o contrato julho/18 tinha US$ 8,60 e o setembro era cotado a US$ 8,70 por bushel


Publicado em: 02/07/2018 às 10:40hs

Soja tem leves altas nesta 2ª feira em Chicago e espera novidades sobre a China e o clima nos EUA

A semana começa com estabilidade para os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago. Os futuros da commodity subiam entre 1,25 e 2,25 pontos nos principais vencimentos, por volta de 8h10 (horário de Brasília), no pregão desta segunda-feira (2). Dessa forma, o contrato julho/18 tinha US$ 8,60 e o setembro era cotado a US$ 8,70 por bushel.

O mercado segue aguardando por novidades, especialmente em relação à guerra comercial entre chineses e a americanos, bem como se ajusta depois das baixas acumuladas de mais de 4% na última semana e de 16% em todo mês de junho na CBOT.

Além disso, os traders acabam de digerir também os últimos números de estoques trimestrais e área de plantio dos EUA divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na última sexta-feira (30). E nesta segunda, esperam ainda pelos dados dos embarques semanais e das condições das lavouras americanas, as quais serão reportadas somente após o fechamento do mercado.

No cenário climático do Corn Belt, seguem mantidas as boas condições para o desenvolvimento das lavouras.

"O ponto principal é que as condições de umidade do solo na maior parte do Meio-Oeste estão favoráveis e ainda leva algumas semanas para que algumas regiões sequem o suficiente para causar algum stress muito sério. Enquanto isso, no meio tempo, as últimas previsões seguem mostrando uma condição ainda um tanto incerta sobre as variações de temperaturas e chuvas, mas ainda sem indicar um cenário de muito stress até o final do verão", diz um boletim do instituto internacional World Weather Inc.

Veja como fechou o mercado na última semana:

Soja: Com combinação de dólar e prêmios, preços no Brasil sobem até 6% na semana

Depois de uma semana turbulenta no mercado internacional da soja, os futuros da oleaginosa a encerraram com baixas acumulados de mais de 4% entre as posições mais negociadas na Bolsa de Chicago. O julho/18 perdeu os US$ 8,60 nesta sexta-feira (29) e fechou o pregão com US$ 8,58 por bushel, e os demais seguem abaixo dos US$ 8,90.

Na contramão, os preços da soja no mercado brasileiro tiveram uma semana bastante positiva, registrando ganhos generalizados tanto no interior do país, quanto nos portos. No terminal de Rio Grande, a soja disponível ficou em R$ 85,00 e para julho/18 em R$ 85,80. Em Paranaguá, R$ 89,00 no spot e R$ 81,00 para março/19.

Entre as principais praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, as altas chegaram a bater em 6,5%, como foi o caso de São Gabriel do Oeste, em Mato Grosso do Sul, onde o último preço foi de R$ 69,00 por saca. Nas praças do Sul do país os indicativos chegam a superar os R$ 80,00 em alguns pontos, como em Ponta Grossa, no Paraná. Por lá, o preço se mostra em R$ 83,00.

A alta dos preços da soja no mercado nacional continuam a refletir uma combinação de um dólar alto e prêmios que estão próximos ou já batendo nos 200 pontos em algumas posições de entrega nos portos. A moeda americana, pelo quinto mês consecutivo, registrou nova alta e também favorece.

"Boa parte dessa queda da soja em Chicago - acumulada em 16% no mês de junho - é compensada pelos prêmios, que somente nos últimos sete dias subiram US$ 0,25 por bushel acima dos valores de Chicago. Os importadores vêm comprar na soja no Brasil, isso fez com que os nossos prêmios subissem", explica o analista de mercado da Agrinvest Commodities, Marcos Araújo.

O mercado financeiro global segue bastante nervoso e atraindo investidores e especuladores para a divisa, na medida em que continuam a se afastar de ativos mais sensíveis, como ações e commodities. E esse tem sido, inclusive, outro fator de pressão sobre as cotações da soja na CBOT.

O dólar fechou junho com alta de 3,76% e cotado a R$ 3,8773 no pregão desta sexta-feira. "Acho difícil o dólar ficar abaixo de 4 reais no terceiro trimestre...O viés do câmbio é de alta, embora em julho, com as férias no Hemisfério Norte e recesso (do Congresso no Brasil), a moeda possa continuar oscilar ao redor de 3,80 reais", avaliou o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Lima Gonçalves à agência Reuters.

Entretanto, apesar desses preços melhores no mercado nacional, os negócios ainda encontram alguns obstáculos em função das questões liagadas aos fretes. Há ainda uma falta de acordo sobre o tabelamento dos valores e a originação, ainda como explica Araújo, continua complicada e trazendo alguma insegurança.

Mercado Internacional

Em Chicago, a pressão maior continuou a vir das tensões comerciais entre China e Estados Unidos e da menor demanda pela soja norte-americana por parte dos chineses já sendo efetivada. No boletim semanal de vendas para exportação trazido pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta quinta-feira (28), um novo cancelamento por parte da nação asiática foi reportado, de 120 mil toneladas de oleaginosa da temporada 2017/18.

As especulações em torno do assunto seguem intensas e a não sinalização de um acordo entre os dois países contribuem para esse movimento, gerando uma elevada aversão ao risco. No início da semana, uma queda generalizada de ações e commodities foi observada mundo a fora.

"A guerra comercial continua sendo o principal ponto de monitoramento dos operadores no curto-prazo", dizem os analistas da consultoria internacional AgResource Mercosul.

Uma condição ainda favorável de clima no Corn Belt também pressiona os preços até esse momento, porém, uma onda de calor que vinha sendo prevista para o início de julho começa a chamar a atenção dos traders.

"Uma significante mudança foi observada nas previsões entre 9-15 de julho, onde as temperaturas tendem a dar uma amenizada e aliviar o intenso calor projetado para o começo daquele mês. No entanto, a massa de ar quente de alta pressão continua nos mapas da primeira quinzena de julho. Os índices pluviométricos previstos são bem abaixo da média para o período, elevando as preocupações com uma eminente estiagem sobre o Cinturão Agrícola americano", diz a AgResource Mercosul.

Clima nos EUA

O que ajudou a intensificar a volatilidade dos negócios em Chicago, no entanto, foi a espera pelos novos boletins que o USDA divulgou nesta sexta-feira com dados de área plantada e e estoques trimestrais.

A estimativa do USDA para a soja é de 36,26 milhões de hectares, 1% a menos do que os 36,34 milhões do ano passado. O número ficou dentro das expectativas do mercado de 36,14 a 36,71 milhões.

Os estoques trimestrais de soja norte-americanos foram reportados pelo USDA em 33,2 milhões de toneladas, 26% maiores do que os de 1º de junho de 2017. Ligeiramente acima da média esperada, o número ficou dentro das expectativas do mercado de 30,35 a 34,92 milhões de toneladas.

Fonte: Notícias Agrícolas

◄ Leia outras notícias