Soja

Soja tem estabilidade em Chicago nesta 3ª feira, mas mantém foco sobre clima

Os futuros da commodity, por volta de 8h05 (horário de Brasília), subiam entre 1,50 e 3,50 pontos, com o agosto valendo US$ 8,89 e o novembro US$ 9,07 por bushel


Publicado em: 23/07/2019 às 10:50hs

Soja tem estabilidade em Chicago nesta 3ª feira, mas mantém foco sobre clima

O mercado internacional da soja opera com estabilidade na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (23), mas testando o lado positivo da tabela. Os futuros da commodity, por volta de 8h05 (horário de Brasília), subiam entre 1,50 e 3,50 pontos, com o agosto valendo US$ 8,89 e o novembro US$ 9,07 por bushel.

De acordo com analistas e consultores, o mercado recupera parte das baixas registradas ontem, ocasionadas pelas previsões indicando melhores condições de clima no Meio-Oeste norte-americano.

"Os traders continua incertos sobre as perspectivas desta nova safra após as chuvas intensas durante a primavera que causaram um atraso sem precedentes no desenvolvimento das lavouras. Ainda assim, eles continuarão focados no cenário climático até que cheguem novas informações do USDA", explicam os analistas da consultoria internacional Allendale, Inc.

No final do dia ontem, o USDA trouxe seu novo reporte semanal de acompanhamento de safras mostrando uma manutenção do índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições em 54%.

O relatório mostrou ainda que 7% das lavouras de soja já estão formando vagem, número bem menor do que o do ano passado, quando eram 41%, e também abaixo dos 28% de média para as últimas cinco safras. Em estágio de florescimento estão 40% das plantações, contra 22% da semana anterior, 76% de 2018 e 66% de média plurianual.

O novo boletim do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos chega em 12 de agosto e os dados mais aguardados são os de área efetivamente plantada no país.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Soja: Clima nos EUA pesa e mercado perde mais de 13 pts em Chicago nesta 2ª

As previsões de melhora no clima dos Estados Unidos para os próximos dias pressionaram as cotações dos grãos neste início de semana e os preços da soja terminaram o pregão desta segunda-feira (22) com baixas de mais de 13 pontos na Bolsa de Chicago. O vencimento agosto ficou em US$ 8,88, enquanto o novembro encerrou as operações com US$ 9,05 por bushel.

Além das previsões de condições melhores no Meio-Oeste americano, as especulações do mercado sobre o estado das lavouras norte-americanas ajudou, segundo analistas e consultores, a intensificar a pressão sobre os preços neste início de semana.

O consultor Al Kluis, da Kluis Advisors, ao portal norte-americano Agriculture.com, concorda com as expectativas da Allendale. "O relatório do USDA irá trazer uma manutenção ou uma leve alta de 1% nos índices. A safra norte-americana tem cerca de duas semanas de atraso em relação ao desenvolvimento normal e pode ser que agosto somente 50% do milho esteja em fase de pendoamento", diz.

Para Kluis, as previsões de curto prazo indicando temperaturas normais e algumas chuvas são as condições das quais o milho precisa neste momento.

Por outro lado, Bryce Knorr acredita que os números desta segunda-feira poderiam ter uma baixa. O analista sênior do Farm Futures aposta em 52% para a soja e 57% para o milho quando o assunto são lavouras em boas ou excelentes condições.

Também no radar dos traders o desenvolvimento das conversas entre China e Estados Unidos e as especulações de que a nação asiática estaria se preparando para uma nova rodada de compras de soja no mercado norte-americano. Os volumes poderiam ficar entre 3,8 e 6 milhões de toneladas.

Segundo informações da agência internacional de notícias Bloomberg, autoridades do governo chinês estariam em conversas com estatais e empresas privadas para traçar um possível plano para ampliar suas aquisições da oleaginosa americana.

Uma delegação dos EUA, liderada por Robert Lighthizer, representante do comércio, e Steve Mnuchin, secretário do Tesouro americano, deverão viajar à China na próxima semana e realizar o primeiro encontro pessoal entre líderes das duas nações desde a reunião de Xi e Trump no G20. O vice-premier Liu He, braço direito do presidente quando o assunto é economia, deverá liderar o time da nação asiática.

"No quesito político, a especulação possui mais perguntas do que respostas sobre a relação EUA e China. Boatos na sexta-feira, 19, diziam que importadoras estatais chinesas deveriam adicionar novas compras de produtos agrícolas estadunidenses, durante o fim de semana. Entretanto, nenhum sinal de vendas foi confirmado por nossos contatos comerciais nos portos dos EUA", dizem os analistas de mercado da ARC Mercosul.

MERCADO BRASILEIRO

Com apenas algumas exceções, os preços da soja recuaram no interior e portos do Brasil, acompanhando as perdas intensas na Bolsa de Chicago e mais a baixa do dólar frente ao real nesta segunda-feira.

Em algumas praças do interior, os indicativos chegaram a perder até 3,17% - como o produto disponível em Sorriso/MT - ou 4,29% em Brasília/DF, para terminarem o dia com R$ 61,00 e R$ 67,00 por saca, respectivamente. Por outro lado, em algumas praças do Sul do país as referências chegaram a subir mais de 1%, na contramão do restante do mercado e diante de uma demanda um pouco mais intensa.

Nos portos, as perdas variaram de 0,64% a 1,89%. Em Paranaguá, o produto disponível tem R$ 78,00 por saca e para agosto, R$ 78,50. Já em Rio Grande, R$ 77,60 e R$ 78,00, respectivamente.

Diante disso, os negócios seguem lentos no mercado brasileiro, com o produtor segurando novas vendas e esperando por melhores oportunidades de comercialização.

Fonte: Notícias Agrícolas

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