Publicado em: 17/04/2019 às 11:10hs
Nesta quarta-feira (17), por volta de 7h40 (horário de Brasília), os preços da soja testavam leves altas de pouco mais de 1 ponto na Bolsa de Chicago. A estabilidade segue permeando os negócios internacionais e o mercado busca se reequilibrar depois das perdas de mais de 10 pontos no pregão anterior. Assim, o contrato maio/19 tinha US$ 8,89 por bushel, enquanto o agosto valia US$ 9,09.
O mercado e os traders precisam de novas notícias. Até que elas não apareçam, o andamento das cotações deve seguie lateralizado, sem mostrar grandes mudanças. Enquanto isso, segue dividido entre o andamento das relações entre China e EUA e as informações sobre o clima no Corn Belt.
"A ARC alerta que, apesar do ritmo semanal (dos trabalhos de campo, com o milho já semeado em 3% da área) se mostrar atrás da média multianual, ainda é muito prematura a preocupação com o progresso de plantio latente. Entretanto, problemas climáticos (chuvas e neve excessivas) continuam impedindo o avanço dos trabalhos de campo, e atrasos poderão ser empilhados nas próximas semanas", explicam os analistas da ARC Mercosul.
Os fundos ainda atuando na ponta vendedora do mercado também exigem atenção do mercado neste momento. Ontem, mais vendas ajudaram a pesar sobre os preços, que só no trigo perderam mais de 3% na CBOT.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Soja fecha com mais de 10 pts de baixa em Chicago e pressiona cotações nos portos do BR
Nesta terça-feira (16), os preços da soja voltaram a recuar na Bolsa de Chicago e fecharam o dia perdendo pouco mais de 10 pontos nos principais contratos. E assim, o maio fechou o dia com US$ 8,88 e o agosto, US$ 9,07 por bushel.
Como explicou o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities, o dia foi negativo para todos os produtos negociados na CBOT - com o trigo recuando mais de 3% somente nesta terça - e os traders observando um aumento da oferta neste momento.
De acordo com analistas internacionais, o recuo intenso do grão se dá pela informação do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de que há 60% das lavouras norte-americanas em boas ou excelentes condições. No ano passado, nessa época, o índice era de 31% e o trigo ainda conta com elevados estoques globais pressionando suas cotações.
Além disso, ainda segundo Vanin, com algum foco sobre a questão climática do EUA, o mercado observou ainda uma pequena janela de condições melhores para o desenvolvimento dos trabalhos de campo nos próximos dias, porém, sem muita nudança no quadro atual.
Outro fator de pressão continua sendo também a atuação dos fundos. Também como explicou o analista da Agrinvest, eles continuam aumentando sua posição vendida e, com esse movimento, ajudaram a alimentar ainda mais as baixas em Chicago.
E parte deste movimento se deve à questão da guerra comercial entre China e Estados Unidos.
A falta de informações sobre as relações comerciais entre China e Estados Unidos segue pesando sobre o andamento dos negócios e dos preços, o que ainda limita as especulações sobre as adversidades climáticas no Meio-Oeste americano.
Enquanto as declarações continuam sendo de que as negociações entre os dois países caminham bem, um acordo não é efetivado e há sinais de que a China estaria voltando a se endurecer frente a algumas questões importantes para um consenso.
A demanda da China, não só pela soja dos EUA, mas de uma forma geral, é mais fraca este ano e ao lado do conflito comercial, mantém o mercado pressionado. Até que uma novidade efetiva que mude ao menos a realidade dos altos estoques dos EUA, a pressão permanece e a incerteza também, atuando bem ao lado da cautela dos traders.
Preços no Brasil
No Brasil, os negócios novos são praticamente inexistentes neste momento. Quem comercializa são somente aqueles produtores que precisam de caixa para sanar algumas dívidas. Do contrário, a maior parte segura o que ainda não tem vendido para esperar por preços melhores nos próximos meses.
O que se espera, portanto, é uma escassez de oferta no mercado brasileiro depois do primeiro semestre. Segundo Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, as exportações deverão puxar altos volumes ainda da oferta brasileira, deixando o mercado interno mais enxuto e, consequentemente, mais disputado.
"Isso vai obrigar as indústrias a correr atrás do grão. Estamos em um ano em que deveremos ter também um crescimento da demanda também por farelo e óleo internamente, então não temos condições de continuar exportando nesse ritmo porque vai faltar soja", diz o especialista.
A pressão de Chicago, nesta terça, chegou aos preços no mercado brasileiro e nem mesmo a alta do dólar - que fechou acima dos R$ 3,90 novamente - ajudou e os indicativos nos portos perderam força também.
No spot, baixa de R$ 0,65% em Paranaguá, para R$ 76,50 por saca, e de 0,79% em Rio Grande, para R$ 75,40. Para maio, queda de 0,65% nos dois terminais, com os últimos preços em R$ 77,00 e R$ 76,00 por saca.
No interior, as baixas chegaram a até 2,44%, como foi o caso de Sorriso, em Mato Grosso, porém, não foram generalizadas. A maior parte das praças de comercialização permaneceram com preços estáveis, sem mudanças.
Fonte: Notícias Agrícolas
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