Soja

Soja sobe em Chicago nesta 5ª feira e mercado se ajusta para iniciar um novo mês

Os futuros da oleaginosa, por volta de 8h05 (horário de Brasília), subiam entre 6,75 e 8,25 pontos nos principais contratos, com o novembro valendo US$ 8,75 e o março, US$ 9,01 por bushel


Publicado em: 30/08/2019 às 10:50hs

Soja sobe em Chicago nesta 5ª feira e mercado se ajusta para iniciar um novo mês

Os preços da soja continuam subindo na Bolsa de Chicago nesta sexta-feira (30). Os futuros da oleaginosa, por volta de 8h05 (horário de Brasília), subiam entre 6,75 e 8,25 pontos nos principais contratos, com o novembro valendo US$ 8,75 e o março, US$ 9,01 por bushel.

O mercado, segundo explicam analistas e consultores, segue se ajustando, ainda mais neste momento de final de mês, onde os fundos investidores se alinham para rever suas posições e começar um novo período e, neste intervalo, se preparar para o início da colheita nos EUA.

"Este ano, o movimento baixista começou mais cedo devido ao pessimismo com a guerra comercial. Mas, o mercado no momento tenta recuperação e registra leves altas", explica Steve Cachia, consultor da Cerealpar e da Agro Culte. E a recuperação, ainda segundo o especialista, encnotra suporte, principalmente, nas perdas da nova safra americana.

"Suporte do atraso no desenvolvimento da safra americana e portanto do início da colheita, de reportes de produtividade abaixo do normal nos EUA e da possibilidade de geada precoce afetando a safra no centro-oeste americano", diz Cachia.

Assim, permanece a atenção do mercado sobre as previsões climáticas para o Meio-Oeste dos EUA, com a mudança rápida dos mapas para as próximas semanas.

Ademais, os traders também não desviam seus olhares dos desdobramentos da guerra comercial e dos próximos passos a serem dados por Washington e Pequim. Novas tarifas podem começar a valer já a partir de setembro, porém, as equipes dos dois países, de acordo com informações de agências internacionais, poderiam buscar um alinhamento para que as taxas sejam ao menos adiadas.

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Soja: Prêmios firmes indicam demanda forte pelas safras velha e nova do Brasil

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago terminaram o pregão desta quinta-feira (29) com leves ganhos. O mercado trabalhou desta forma durante todo o dia, ainda caminhando de lado e sem forças para sair dessa lateralização. Assim, os principais contratos subiram entre 2 e 3,50 pontos, levando o novembro a US$ 8,68 e o março a US$ 8,94 por bushel.

Segundo explica o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora, a principal preocupação no mercado internacional neste momento são as condições climáticas para a conclusão da safra norte-americana, especialmente com a possibilidade de geadas reduzindo ainda mais os rendimentos dos campos norte-americanos.

Há um atraso considerável no desenvolvimento das lavouras de soja e milho no Corn Belt este ano e a região leste é a que preocupa mais neste momento. Problemas nas demais, porém, ainda não estão descartados, mas por hora exigem menos atenção. E é isso que tem sido conferido pela equipe do Grupo Labhoro e do Notícias Agrícolas no crop tour 2019,

No paralelo, segue a guerra comercial. Preocupando menos do que na semana passada, quando as tensões entre China e EUA se intensificaram muito, o mercado observa agora a chance de que as equipes de Pequim e Washington acertem algum consenso para que as novas tarifas em ambos os países não comecem a valer já em setembro como está previsto.

E isto, ainda segundo explica Mariano, acaba soando como positivo para o mercado na CBOT.

NO BRASIL

Enquanto isso, os impactos destas movimentações continuam a resultar em oportunidades para o produtor brasileiro, com os prêmios ainda fortalecidos, a demanda concentrada por aqui a tendência de que este seja o comportamento dos compradores, em especial os da China, ainda por um bom período de tempo.

Como relata o analista, em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta sexta-feira, essas oportunidades refletiram em, nos últimos 10 a 12 dias, 25 a 26 navios de soja vendidos do Brasil à nação asiática, o que serviu de importante combustível para os prêmios.

"Já teríamos algo entre 1,3 a 1,4 milhão de toneladas de registros de novas vendas e isso mostra que as conversas não muito amigáveis entre China e EUA acabaram por migrar uma demanda para cá. Se é uma especulação ou o registro de uma venda futura não vem ao caso, a tendência mostrou que seria mais demandado o produto da América do Sul e foi", diz Mariano.

A alta dos prêmios para a soja da safra nova no embarque março de 30 para 40 cents de dólar, fevereiro perto de 50 cents e abril e maio chegando aos 40 também é um sinalizador de que a demanda chinesa para o produto 2019/20 também está se aquecendo e criando momentos mais oportunos de comercialização para o produtor brasileiro.

"Há um sentimento de que a demanda pela safra futura brasileira ganhou um pouco mais de força com essa dificuldade de leitura de acordo, em um curto prazo, entre americanos e chineses", conclui.

Complementando o cenário favorável para os preços da soja no Brasil há ainda a força do dólar. Nesta quinta, a moeda americana fechou em R$ 4,1717, o maior patamar desde meados de setembro de 2018. Na semana, a divisa já acumula uma alta superior a 1%.

"O grande destaque negativo do dia foi a notícia ontem pós-fechamento do mercado de que a Argentina postergaria o pagamento" de dívidas, disse a corretora Renascença em nota reportada pela agência de notícias Reuters.

Fonte: Notícias Agrícolas

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