Soja

Soja sobe em Chicago nesta 4ª feira com mercado dividido entre disputas comerciais e clima nos EUA

Por volta de 8h05 (horário de Brasília), as cotações registravam pequenos ganhos de pouco mais de 4 pontos entre as posições mais negociadas


Publicado em: 06/06/2018 às 10:30hs

Soja sobe em Chicago nesta 4ª feira com mercado dividido entre disputas comerciais e clima nos EUA

Os preços da soja voltaram a subir na Bolsa de Chicago no pregão desta quarta-feira (6). Por volta de 8h05 (horário de Brasília), as cotações registravam pequenos ganhos de pouco mais de 4 pontos entre as posições mais negociadas. Assim, o julho/18 já atuava com US$ 10,05 por bushel, e o agosto/18 com US$ 10,10.

O mercado internacional segue em busca de definir um direcionamento, dividido entre as disputas comerciais que continuam acontecendo entre China e Estados Unidos e o desenvolvimento da nova safra norte-americana.

"Nesse momento, o quadro climático mantém as lavouras do Meio-Oeste americano em excelentes condições, com níveis de umidade e temperaturas dentro do ideal. No entanto, há algumas preocupações começando a surgir com a possibilidade de um calor mais intenso durante a polinização", dizem os analistas da consultoria internacional Allendale, inc.

No quadro comercial, apesar de um novo acordo ainda não ter sido anunciado, as expectativas de boas relações continuam. "Mesmo com os recentes encontros em Pequim, de onde surgiu um cenário preocupante para aqueles que apostavam num relacionamento mais "próximo" entre os EUA e China, o Governo estadunidense continua com uma esperança positiva de que acordos comerciais serão talhados para favorecer a agri- cultura do país", como explica o boletim diário da AgResource Mercosul (ARC).

Apesar disso, as especulações ainda são intensas, uma vez que, "nenhuma informação concreta sustenta tal expectativa", ainda de acordo com a ARC.

O mercado internacional também já começa a se ajustar e os traders a buscar garantir boas posições antes da chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura do Estados Unidos) traz na próxima semana.

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:

Soja: Preços voltam a subir nos portos do Brasil com disparada do dólar nesta 3ª feira

Os preços da soja no interior do Brasil acompanharam a estabilidade do mercado na Bolsa de Chicago e fecharam com pouca ou nenhuma movimentação nesta terça-feira (5) entre as principais praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas. Mais uma vez, o destaque ficou por conta dos portos.

No terminal de Paranaguá, a soja disponível subiu 1,71% para R$ 89,00 por saca e 1,78% em Rio Grande, para R$ 86,00. Na referência março/19 no porto paranaense, alta de 0,57% para R$ 88,00 e na junho/18 foi a R$ 86,50 com ganho de 1,76%.

Os indicativos acompanharam a disparada do dólar nesta terça, com a moeda fechando o dia com alta de 1,78% e valendo R$ 3,81 e batendo em seu mais alto patamar desde 2 de março de 2016. O foco segue sobre o déficit e a crise fiscal que se instalou no Brasil.

"As perspectivas são muito ruins... A crise fiscal é séria", afirmou o economista e sócio da NGO Corretora Sidnei Nehme à agência de notícias Reuters. "A economia não anda, nem vai andar, porque empresários não vão investir com esse elevado grau de incerteza. Todo o cenário ficou ruim", acrescentou ele.

Além do dólar alto, os prêmios também subiram nesta terça-feira e deram ainda mais espaço para as altas nos portos. Na referência junho, em Paranaguá, o valor é de 85 cents sobre os valores praticados em Chicago, e nas posições mais distantes passam de 100 pontos.

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, o mercado fechou o dia em campo misto, com variações bastante tímidas de 0,25 a 1 ponto. Assim, o julho/18 ficou com US$ 10,01 por bushel, e o agosto sendo cotado a US$ 10,06. Os pequenos ajustes vieram com o mercado ainda buscando sua direção diante de alguns fatores e depois das perdas de quase 20 pontos na sessão anterior.

Os traders seguem atentos às disputas comerciais entre China e Estados Unidos, bem como ao desenvolvimento da nova safra de grãos norte-americana. E embora o ritmo seja recorde neste primeiro momento das lavouras - de plantio e germinação - o período mais crítico ainda está por vir e, portanto, a volatilidade deverá ser mais intensa daqui em diante.

De acordo com o último boletim semanal de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta segunda-feira (4), na semana, a área semeada com a oleaginosa passou de 77% para 87% até o último domingo (3) eficou acima dos 81% do ano passado e dos 75% da média plurianual.

O relatório informa ainda as lavouras que já germinaram passaram de 47% para 68% na última semana, contra 55% de 2017 e 52% da média dos últimos anos. Além disso, mostrou também que 75% das lavouras de soja estão em boas ou excelentes condições, 21% em situação regular e 4% em condições ruins ou muito ruins.

"Agora, o desenvolvimento vegetativo da planta começa a dar as caras, quando são necessárias chuvas regulares e temperaturas adequadas para continuar oferecendo as condições que a planta precisa. Há, no entanto, um sinal de preocupação climática para o cinturão norte-americano, para o delta do Mississipi e para as Planícies, regiões tradicionais do cultivo. Esse não é, ainda, um alarme que aponte para uma redução da projeção de safra, mas as chuvas vêm se retraindo, bem como as temperaturas têm se elevado", explica o analista de mercado Matheus Pereira, da AgResource Mercosul (ARC).

Fonte: Notícias Agrícolas

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