Publicado em: 27/06/2018 às 10:50hs
Quarta-feira (27) de preços em alta para a soja na Bolsa de Chicago. O mercado internacional da oleaginosa busca recuperar parte das perdas da sessão anterior e trabalha em campo positivo na manhã de hoje. Perto de 8h30 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 4,75 e 6 pontos, com o julho/18 recuperando o patamar dos US$ 8,70 e sendo cotado a US$ 8,73 por bushel.
Essa tentativa de retomar um pouco do fôlego acontece antes da chegada de novos boletins do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no final desta semana e que poderiam ajudar a direcionar o mercado de forma diferente.
"O final do mês e o posicionamento do mercado pré-USDA deverão afetar os movimentos dos preços nas próximas sessões", diz o boletim diário da consultoria internacional Allendale, inc. Os reportes do USDA trarão uma atualização da área plantada e dos estoques trimestrais em 1º de junho nos EUA.
No entanto, analistas internacionais continuam alertando para a continuidade da pressão da guerra comercial entre China e Estados Unidos - já que a tensão entre os dois países não diminuiu e um acordo não está no horizonte dos traders.
Também pesando sobre as cotações segue o bom cenário de clima nos Corn Belt. "As condições climáticas e as previsões para a primeira semana de julho por todo o Meio-Oeste deverão ser ideiais para a produção norte-americana", complementa a Allendale.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Soja volta a recuar em Chicago nesta 3ª e pressiona preços no interior e portos do Brasil
Os preços da soja fecharam o pregão desta terça-feira (26) em baixa. O mercado trabalhou durante quase todo o pregão com estabilidade, porém, no final da tarde ampliou suas baixas e terminou o dia com perdas de pouco mais de 7 pontos entre os principais vencimentos, o que levou o julho/18 a perder agora o patamar dos US$ 8,70 por bushel, ficando em US$ 8,67. Na mínima do dia, a posição bateu em US$ 8,62.
Como explicou o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais, o sentimento de que, com a intensificação da disputa comercial entre China e Estados Unidos, a demanda chinesa pela soja americana está de fato menor se reforça e continua pesando severamente sobre as cotações na CBOT.
"Em termos de mercado, isso tem uma implicação muito forte e, nos últimos dias, sentimos isso mais forte (no Brasil). Na medida em que os preços foram caindo, os prêmios voltaram a subir (nos portos brasileiros), mas nessas últimas sessões os prêmios não compensaram todas as baixas de Chicago", explica Motter.
Dado isso, e essa pressão mais forte das baixas de Chicago, os preços da soja no mercado brasileiro voltaram a recuar em partes do interior do país. Em praças da região Sul do Brasil, as perdas foram de 0,60% a 0,72%, com as referências buscando se manter acima dos R$ 70,00 por saca. Em contrapartida, algumas praças como São Gabriel do Oeste, em Mato Grosso do Sul, o preço subiu mais de 3% para chegar aos R$ 67,00.
Nos portos, mais um dia de pouca movimentação, mesmo com a alta do dólar, que voltou a se aproximar dos R$ 3,80 nesta terça-feira. Em Paranaguá, a soja disponível caiu 1,19% para R$ 83,00 por saca e a referência março/19 ficou em R$ 80,00. No terminal de Rio Grande, R$ 83,50 no disponível e R$ 84,50 na referência julho/18, com perdas respectivas de 0,60% e 0,35%.
Ainda segundo o analista, na atual circunstância de preços e de entraves logísticos, o momento é para o produtor manter-se mais retraído, evitando novos negócios. "O produtor deve ficar tranquilo, porque já participou bastante, agora o melhor é mesmo que aguarde. Devemos aguardar o mercado climático nos EUA", orienta.
Clima nos EUA
Quase todo o Meio-Oeste americano conta com boas condições e um desenvolvimento satisfatório das lavouras 2018/19. De acordo com o reporte de acompanhamento de safras trazido pelo USDA no fim da tarde de ontem, são 73% dos campos de soja em boas ou excelentes condições. Há ainda 95% das lavouras em fase de germinação e 12% em fase de florescimento.
"O fim de semana aqui no Cinturão Agrícola americano trouxe chuvas amplamente dispersas e, em algumas localidades, com totais pluviométricos expressivos. No atual momento, os níveis de umidade do solo da região são adequados para proporcionar o bom desenvolvimento vegetal", diz o boletim diário da AgResource Mercosul.
E para os próximos dias, as previsões continuam mostrando que as chuvas seguirão chegando em bons volumes e abrangência para manter, até este momento, a sanidade das lavouras norte-americanas.
Fonte: Notícias Agrícolas
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