Publicado em: 21/05/2019 às 10:23hs
O clima e o plantio da safra nova continuam sendo preocupações nos Estados Unidos e os preços da soja têm novas altas na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (21), dando continuidade às altas da sessão anterior. Perto de 7h30 (horário de Brasília), as cotações subiam pouco mais de 6 pontos nos principais contratos. O julho tinha US$ 8,38 e o agosto, US$ 8,45 por bushel.
"O mercado continua refletindo o ritmo ainda lento do plantio e as próximas previsões mostrando mais chuvas para os próximos dias. A expectativa sobre muitos hectares serem destinados ao seguro do Prevent Plant também está no radar dos traders", explicam os consultores da consultoria internacional Allendale, Inc.
O plantio da soja evoluiu, em uma semana, de 9% para 19% da área americana, enquanto as projeções dos traders variavam de 17% a 25%. As médias esperadas por especialistas internacionais eram de 22%; 17% e 21%. No ano passado, nessa mesma época, os EUA já tinham 53% da semeadura concluída e a média dos últimos cinco anos é de 47%.
Os traders permanecem também acompanhando a questão da guerra comercial - ainda sem uma solução no horizonte - e também nas novas informações sobre a situação da peste suína na China.
A nação asiática informou outro caso da doença, reportada na província de Sichuan, em uma fazenda com 429 porcos. Ao mesmo tempo, nos EUA, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) vai começar a fazer testes para a peste em animais mortos ou doentes.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Soja fecha em alta em Chicago e preços sobem mais de 1% nos portos e interior do BR
Os preços da soja fecharam o pregão desta segunda-feira (20) com altas de dois dígitos na Bolsa de Chicago. O mercado subiu entre 10 e 10,50 pontos nos principais vencimentos, com o julho cotado a US$ 8,31 e o agosto, US$ 8,38 por bushel. O mercado segue refletindo as condições adversas de clima nos EUA.
Na carona dos preços internacionais em alta, as cotações subiram também no mercado brasileiro. No interior, os indicativos no disponível subiram até 2,99%, como foi o caso de Rio do Sul, Santa Catarina, onde a saca fechou o dia com R$ 69,00. Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, em Mato Grosso, também fecharam em alta e ficaram com R$ 64,50 e R$ 63,50, respectivamente. No Oeste da Bahia, ganho de 4,98% para R$ 68,50.
Nos portos, os ganhos também foram consideráveis. Em Paranaguá, R$ 80,00 no spot, com alta de 1,27%, e R$ 81,00 para junho, subindo 1,89%. No terminal de Rio Grande, R$ 78,50 e R$ 79,60 por saca, respectivamente, subindo 1,29% e 2,05% nesta segunda-feira.
O mercado brasileiro foi estimulado não só pelas altas de Chicago, mas também pelo dólar, que voltou a subir - mesmo que timidamente - para fechar o dia com R$ 4,10 mais uma vez. Mais cedo, a moeda americana chegou a trabalhar em campo negativo, mas se recuperou.
Entre os prêmios, os valores também cederam - algo entre 5 e 10 pontos - porém, conseguem se manter na casa dos 100 pontos acima dos valores praticados na Bolsa de Chicago - diante da demanda ainda forte pela soja brasileira. Esse leve reajuste no início da semana se deu pelas boas altas observadas no mercado internacional.
Apesar das altas fortes nos preços da soja brasileira, o mercado viu hoje poucos compradores dispostos a participarem do mercado, ainda segurando suas ofertas, como relatou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
BOLSA DE CHICAGO
Mais chuvas são esperadas para os próximos dias no cinturão agrícola dos EUA, de acordo com as previsões atualizadas do NOAA, as quais poderão continuar comprometendo o avanço dos trabalhos de campo no país. Confirmadas, segundo explicam analistas e consultores, novas altas podem ser observadas em Chicago.
Os últimos dias não permitiram um bom avanço dos trabalhos de campo e as previsões seguem indicando muitas chuvas para os próximos dias.
Assim, os números que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga no final do dia, depois do fechamento do pregão, sobre o progresso do plantio americano até este domingo (19) são muito aguardados. Os dados chegam às 17h (horário de Brasília).
Entre as questões políticas e econômicas, o foco permanece sobre a guerra comercial entre China e Estados Unidos e as dificuldades crescentes das negociações entre os dois países.
"A China acusou os Estados Unidos nesta segunda-feira de manterem "expectativas extravagantes" para um acordo comercial, destacando o abismo entre os dois lados no momento em que a ação dos EUA contra a gigante de tecnologia chinesa Huawei começa a afetar o setor de tecnologia global", noticio a Reuters na manhã de hoje.
Fonte: Notícias Agrícolas
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