Publicado em: 07/01/2019 às 11:30hs
A soja trabalha com leves altas em Chicago no pregão desta segunda-feira (7), e dá sequência ao movimento positivo da semana passada. Com poucas novidades concretas ainda neste início de 2019, os traders seguem trabalhando com especulações de uma melhor demanda da China nos EUA e dos efeitos da seca sobre a safra de soja do Brasil.
Assim, por volta de 7h40 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 2,25 e 3,50 pontos, com o março valendo US$ 9,23 e o maio/19 com US$ 9,36 por bushel na CBOT. Com esses ganhos, os futuros da commodity batiam em suas máximas em três semanas.
Nesta segunda, começa o encontro dos líderes americanos e chineses em Pequim para darem continuidade às negociações em torno das tarifas impostas por ambos e na tentativa de dar fim à guerra comercial iniciada no ano passado.
Ao mesmo tempo, nos próximos dias, o mercado também recebe novas estimativas para a safra brasileira, o que também mexe com o mercado. Entretanto, como alerta a ARC Mercosul, "o ímpeto desta alta vai depender do volume "real" de perdas. Caso a safra continue sendo reduzida, os preços devem continuar
subindo".
No Brasil, como explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, os primeiros negócios do ano poderiam começar a ser registrados nesta semana.
"Agora deverá ter crescimento no ritmo da colheita e espera-se por grandes volumes de soja chegando e assim os negócios poderão voltar a andar", diz Brandalizze.
Veja como fechou o mercado na última sexta-feira:
Soja fecha em alta pela 3ª sessão consecutiva em Chicago com China e seca castigando safra do Brasil
Os preços da soja fecharam o pregão desta sexta-feira (4) em alta na Bolsa de Chicago, subindo quase 10 pontos nos principais contratos. O janeiro terminou o dia com US$ 9,09 e o maio/19 com US$ 9,34 por bushel.
Mais uma vez, a composição de especulações sobre compras da China nos EUA com as preocupações com as perdas no Brasil causadas pela seca deram espaço para a continuidade do avanço das cotações na CBOT.
Com o governo de Donald Trump paralisado, a confirmação destas compras tem sido limitada, porém, o mercado especula que, somente nos últimos dias, a nação asiática tenha comprado entre 1,5 e 1,8 milhão de toneladas.
Como explica o analista de mercado Jack Scoville, da Price Futures Group em entrevista ao Notícias Agrícolas, a notícia é boa, porém, essas novas aquisições chinesas estariam sendo encerradas, com a possibilidade de as compras voltarem à América do Sul nos próximos meses.
Ainda assim, enquanto as especulações continuarem - ao lado da quebra na produção do Brasil - os preços, como acredita Scoville, teriam potencial para subir mais cerca de 30 pontos no curto prazo, voltando a atuar em um intervalo de US$ 9,00 a US$ 9,50 por bushel.
No Brasil, as informações sobre a quebra ainda divergem e as estimativas são difíceis de serem levantadas, porém, chegam ao mercado internacional com uma intensidade considerável, na casa das 10 milhões de toneladas.
"A safra brasileira deverá ficar entre 110 e 115 milhões de toneladas", disse o presidente da Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz Pereira ao Notícias Agrícolas nesta sexta-feira (4). Segundo explicou, as áreas mais preocupantes são o Paraná, o Mato Grosso do Sul, além da situação que começa a se agravar no Centro-Oeste e no Matopiba, onde as chuvas se mostram limitadas, mal distribuídas e de baixo volume.
"As preocupações quanto ao clima na América do Sul estão se intensificando neste início de 2019, com padrão extremamente seco apontado para maior parte da região Central e Norte do Brasil", traz a ARC Mercosul.
Segundo a consultoria, os principais modelos climáticos continuam mostrando um padrão de menos precipitações para boa parte do Brasil durante a primeira quinzena de janeiro, que pode ser a mais seca em 10 anos. O calor intenso também continua. E o quadro, portanto, intensifica a possibilidade de que as perdas na safra brasileira sejam ainda maiores.
Mercado Brasileiro
No mercado brasileiro, os preços ainda estão retomando o ritmo e os participantes fazendo a contabilidade dos impactos dessas perdas sobre as cotações e, principalmente, sobre os prêmios. Além disso, o dólar vem recuando desde o início deste ano e limitando as altas da soja no Brasil.
Nesta sexta, a moeda americana cedeu mais de 1% e voltou aos R$ 3,71. Ainda assim, com as altas em Chicago, a soja em Rio Grande subiu 0,39% no disponível e 0,26% para fevereiro, com R$ 77,80 e R$ 77,50 por saca. Em Paranaguá, mais um dia de estabilidade com R$ 77,70 e R$ 77,30 no spot e para fevereiro, respectivamente.
Fonte: Notícias Agrícolas
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