Publicado em: 28/08/2018 às 10:30hs
Do lado negativo da tabela, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago trabalham bem próximos da estabilidade, registrando pequenas baixas de 0,75 a 1 ponto entre os principais vencimentos, por volta de 8h45 (horário de Brasília). Assim, o contrato novembro/18 vinha negociado a US$ 8,47 por bushel.
Embora restritas, as baixas refletem um aumento pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições em 1% no seu reporte semanal de acompanhamento de safras.
"A baixa reflete, basicamente, uma melhora nas condições das lavouras de soja no Centro-Oeste americano. Como a gente vem falando, qualquer notícia de demanda nova ou boas exportações americanas só servem para estancar as perdas, como aconteceu nesta segunda-feira. Na véspera do início da colheita da maior safra de soja dos EUA, o mercado voltou a ficar preso em um sentimento desesperadamente negativo ao ponto que só algum avanço sério nas negociações sobre a guerra comercial EUA/China teria o poder de reverter o atual cenário", explica Steve Cachia, diretor da Cerealpar.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Preços da soja nos portos do Brasil recuam pressionados pelas novas baixas de Chicago nesta 2ª
O anúncio de um acordo comercial entre Estados Unidos e México ajudou a amenizar as baixas no mercado da soja no pregão desta segunda-feira (27) e os futuros da oleaginosa terminaram o dia com perdas de pouco mais de 7 pontos nos contratos mais negociados. No início da sessão, as baixas chegaram a superar os 15 pontos.
Assim, o vencimento novembro/18 foi a US$ 8,48 por bushel, enquanto o janeiro/19 encerrou os negócios valendo US$ 8,61.
Como explicou o economista e analista de mercado Camilo Motter, a pressão da guerra comercial entre China e Estados Unidos - que se intensificou no fim da última semana - e da grande safra que vem se concluindo nos Estados Unidos continua e essa novidade do acordo entre mexicanos e norte-americanos acabou amenizando a baixa e dando algum fôlego aos traders.
O México, afinal, já é grande importador de soja e milho dos Estados Unidos e poderia intensificar ainda mais suas importações de itens agrícolas a partir desse acordo.
A tendência de baixa sobre os preços em Chicago, porém, permanece e os traders não desviam os olhos de estimativas como a do Pro Farmer, que mostraram a nova safra dos EUA em 127,4 milhões de toneladas. O último número trazido pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) foi de pouco mais de 124 milhões.
"No entanto, acredito que o mercado já esteja buscando um fundo com essas informações, não temos espaço para novas baixas forte, mas para uma pressão pontual da entrada da nova safra dos Estados Unidos, que deve acontecer em um ritmo mais forte este ano", diz Motter. "Me parece que a temporada de notícias ruins está ficando para trás", completa.
Preços no Brasil
Nesta segunda-feira, os preços no Brasil registraram variações intensas entre as principais praças de comercialização do interior do país, com altas e baixas. Os ganhos seguem motivados pelos prêmios em alta, bem como o dólar - que apesar do recuo desta sessão - segue acima dos R$ 4,00.
A moeda norte-americana fechou com queda de 0,57%, em um movimento de correção, valendo R$ 4,08. "O mercado está um pouco mais racional hoje. O cenário favorável lá fora e a ausência de notícias (eleitorais) estão fazendo o mercado se acomodar um pouco depois de uma semana de muita cautela", disse o operador da Spinelli Corretora José Carlos Amado á agência de notícias Reuters.
No porto de Paranaguá, a soja disponível fechou com R$ 92,00, estável, e a safra nova perdeu 1,16% e fechou com R$ 85,00 por saca. Em Rio Grande, R$ 91,30 no spot e R$ 92,00 para setembro, com baixas de 0,76% e 0,54%, respectivamente.
Fonte: Notícias Agrícolas
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