Publicado em: 09/07/2019 às 10:30hs
Apesar dos últimos números do boletim semanal de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostrarem uma baixa no índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições, os preços da oleaginosa voltam a recuar na Bolsa de Chicago no pregão desta terça-feira (9).
O mercado, por volta de 7h50 (horário de Brasília), apresentava baixas de pouco mais de 4 pontos nos principais contratos, com o agosto valendo US$ 8,74 e o novembro, US$ 8,93 por bushel.
Segundo explicam analistas internacionais, os traders mantêm sua cautela à espera do novo reporte mensal de oferta e demanda que o USDA traz na quinta-feira (11) e também diante das questões políticas e comerciais, que parecem entrar em uma nova fase.
Por outro lado, complementam afirmando que os últimos dados do departamento americano acabam atuando como um limitador das perdas. Afinal, além da baixa no índice de boas ou excelentes condições paras as plantações de soja dos EUA - de 54% para 53% na semana, os números ainda indicam um severo atraso no desenvolvimento da cultura.
O USDA informou que 90% das lavouras já germinaram, contra 83% da semana anterior, 100% de 2018 e 98% de média para as últimas cinco safras. Assim, 10% somente das plantações já estão na fase de florescimento, contra 44% do mesmo período do ano passado e 32% de média.
Além disso, há ainda análises que acreditam que as condições atuais de clima no Corn Belt serão favoráveis para a oleaginosa agora, com mais calor e menos chuvas. Por outro lado, há ainda especialistas que afirmam que este é um momento delicado para as plantas se desenvolverem em um cenário assim.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
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Como é típico de semana de novos boletins do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o mercado da soja operou com estabilidade durante quase toda a sessão desta segunda-feira (8) e assim encerrou o dia na Bolsa de Chicago.
Os principais contratos terminaram o dia com ganhos na casa dos 3 pontos e o agosto valendo US$ 8,79 por bushel. O vencimento novembro/19 terminou a sessão com US$ 8,97.
À espera de novas informações que chegam ao longo desta semana, os traders operam com bastante cautela. E alguns dos dados mais esperados já chegam nesta segunda, às 17h (Brasília), após o fechamento do pregão, com o boletim semanal de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
De acordo com expectativas do mercado, o índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições é esperado em 56%, enquanto eram 54% na semana anterior. Já o plantio da oleaginosa é esperado em 97%, contra 92% da semana passada, 100% de 2018 e 98% de média dos últimos cinco anos.
Depois de uma primavera extremamente chuvosa, agora as atenções se voltam para os mapas climáticos indicando um tempo mais quente e seco para as próxima semanas, o que acaba se tornando, como explicam analistas internacionais, uma ameaça, prinicipalmente, às lavouras plantadas mais recentemente.
As previsões indicam este padrão mais quente e seco pelas próximas duas semanas. "Ou talvez mais", diz Bryce Knorr, analista sênior do portal internacional Farm Futures. "As tempestades pontuais que se vê nas Planícies nesta segunda-feira não devem se espalhar pelo Meio-Oeste na próxima semana", completa.
O mercado também já se prepara para o novo boletim mensal de oferta e demanda que o departamento divulga no final desta semana. No dia 11 de julho, quinta-feira, o reporte do USDA traz ajustes em números da safra nova, mas deve mexer também, de acordo com analistas e consultores, em números dos estoques e exportações também da safra velha.
Paralelamente, os traders se mantêm atentos ainda às conversas entre China e Estados Unidos. Nos próximos dias, autoridades dos dois países voltam a se encontrar para dar continuidade às negociações. O clima melhorou entre as autoridades das duas maiores economias do mundo depois do encontro de Donald Trump e Xi Jinping, na reunião de cúpula do G20 em Osaka, no Japão, no final de junho.
Ainda nesta segunda-feira, o mercado internacional recebeu também os dados dos embarques semanais de soja dos EUA, reportados pelo USDA, que também pouco influenciaram ao virem abaixo do esperado.
PREÇOS NO BRASIL
Os preços no Brasil recuaram nesta segunda. As baixas mais intensas se deram no interior do país, passando de 1% em algumas praças de comercialização como Tangará da Serra, em Mato Grosso, onde a referência caiu 2,34% para fechar o dia com R$ 62,50 por saca.
A pressão maior veio do dólar neste início de semana, com a moeda americana cedendo cerca de 0,3% para R$ 3,80. No entanto, a pouca movimentação dos indicativos em Chicago contribuiu e os preços acabaram perdendo força no mercado nacional.
No porto de Paranaguá, a soja disponível foi a R$ 78,50, com queda de 0,63% e para agosto, R$ 79,50 e baixa de 0,62%. Em Rio Grande, R$ 78,30 e R$ 79,00 por saca, respectivamente, com baixas de 0,25% e 0,63%. Já em São Francisco do Sul, a soja spot encerrou os negócios com indicativo de R$ 78,60 e perda de 0,51%.
"A comercialização (da safra velha) está na faixa dos 70%, dentro do normal para este começo de segundo semestre de ano. Os produtores têm deixado parte da soja como ativo financeiro para vender à frente, quando as cotações podem estar mais altas devido à demanda interna, que deve seguir forte", explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
Ainda segundo ele, o Brasil deverá ter pouca soja diante de exportações recordes no primeiro semestre de 2019 e uma safra deste ano. "Assim, parte (das vendas) vai para o final do ano", conclui.
Fonte: Notícias Agrícolas
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