Publicado em: 05/06/2025 às 10:13hs
O mercado da soja apresentou leve recuo nesta quinta-feira (5) na Bolsa de Chicago, refletindo a realização de lucros e a expectativa pelo novo relatório do USDA. No Brasil, a programação de embarques mantém o ritmo elevado, com mais de 12 milhões de toneladas previstas para junho. Confira os destaques:
Nesta quinta-feira (5), os contratos futuros da soja operam com leves quedas na Bolsa de Chicago, após uma sequência de altas modestas nos últimos dias. Os ajustes são atribuídos à realização de lucros por parte dos investidores, que se preparam para o novo relatório mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), previsto para a próxima quarta-feira, 11 de junho.
As perdas entre os contratos mais negociados variam de 2,50 a 3,25 pontos. Por volta das 7h45, o contrato de julho era cotado a US$ 10,41 e o de setembro a US$ 10,14 por bushel. Além da oleaginosa, os derivados também apresentavam queda: óleo e farelo de soja recuavam, enquanto milho e trigo mantinham leves altas.
Além do USDA, os traders monitoram atentamente as condições climáticas no cinturão agrícola dos EUA (Corn Belt), com previsão de chuvas intensas nos próximos dias. No campo geopolítico, segue no radar a possível conversa entre Donald Trump e Xi Jinping ainda nesta semana, em meio a tensões comerciais entre China e Estados Unidos.
Na sessão anterior, quarta-feira (4), o mercado da soja em Chicago encerrou em alta, após atingir a menor cotação em sete semanas. O impulso veio da recompra de posições vendidas e de sinais de oferta mais apertada nos EUA, aliados a condições de lavoura abaixo do esperado.
Segundo a TF Agroeconômica, o contrato para julho subiu 0,41% (4,25 cents/bushel), fechando a US$ 10,45. O contrato de agosto avançou 0,44% (4,50 cents/bushel), para US$ 10,38. O farelo de soja para julho subiu 0,88%, cotado a US$ 297,10 por tonelada curta, enquanto o óleo de soja permaneceu estável em US$ 46,81.
O mercado segue pressionado por fatores como o avanço no plantio nos EUA, a fraca demanda pela soja americana e o cenário de tensões comerciais com países como México, China, Japão e União Europeia. Ainda assim, os preços foram sustentados por dados preliminares sobre a safra dos EUA, que vieram abaixo das expectativas, e pela realização de lucros por parte dos fundos.
O USDA estima uma redução de 4,1% na área dedicada ao cultivo de soja em relação ao ano passado. Com isso, cresce o protagonismo da América do Sul no abastecimento global, com o Brasil mantendo forte ritmo de exportações.
A programação de embarques (line-up) nos portos brasileiros aponta para exportações de 12,092 milhões de toneladas de soja em grão em junho, segundo levantamento da consultoria Safras & Mercado. O volume é inferior ao registrado no mesmo mês do ano passado, quando foram exportadas 13,942 milhões de toneladas, e ao volume de maio deste ano, que somou 14,228 milhões de toneladas.
Para julho, o line-up projeta embarques de 320 mil toneladas. No acumulado de janeiro a junho de 2025, a previsão é de 66,801 milhões de toneladas embarcadas — pouco acima das 66,130 milhões registradas no mesmo período de 2024.
O mercado da soja vive um momento de expectativa e ajustes, tanto nos Estados Unidos, com foco no novo relatório do USDA e nas condições climáticas, quanto no Brasil, com forte ritmo de exportações. A movimentação nos preços reflete as incertezas e as oportunidades do cenário atual, marcado por fundamentos agrícolas, geopolítica e fluxo internacional de comércio.
Fonte: Portal do Agronegócio
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