Publicado em: 15/01/2014 às 09:30hs
Falei com Leonildo Bares, presidente do Sindicato Rural de Sinop, no norte de Mato Grosso, principal celeiro de soja do país. Conhecedor e estudioso da produção e do mercado, Bares me disse que a região está iniciando a colheita da soja precoce, e que, portanto, não dá para concluir ainda muita coisa a respeito do comportamento da oleaginosa neste ano.
Como sabemos, a soja precoce tem um rendimento por hectare menor do que a regular, a qual, segundo Bares, deverá começar a ser colhida somente a partir do dia 20 ou 25 deste mês. Sorriso, município que é o maior produtor, está ali perto.
O experiente Bares me disse que alguns fatores deverão auxiliar o sojicultor que está trabalhando certinho para conseguir uma boa produtividade nesta safra. Um deles são os baixos estoques mundiais de soja, condição que facilitará a absorção da supersafra que desponta no Brasil, nos EUA e na Argentina.
Somente no Brasil são esperados quase 91 milhões de toneladas, um recorde. Vai ultrapassar os EUA. Tem gente que já fala em 95 milhões de toneladas por conta da produtividade, que deverá surpreender positivamente.
Segundo Bares, o clima promete ser favorável ao desenvolvimento da safra e durante o período da colheita em Mato Grosso, principal estado produtor, cujo volume vai a 25,73 milhões de toneladas, cerca de 10% mais do que em 2013. Bares aposta suas fichas na China novamente. O país asiático comprou bastante no ano passado – milho também – e deverá manter o apetite agora em 2014.
E um alívio: tudo indica, repito, tudo indica, que a famigerada lagarta helicoverpa não deverá atacar as lavouras com a voracidade divulgada no ano passado.
Meus leitores se lembram da edição da revista Globo Rural do final do ano passado, quando vários entrevistados, entre eles o ex-ministro Roberto Rodrigues, previram uma produção de 200 milhões de toneladas para a safra de grãos 2013/2014? Pois é, parece que o número pode até ficar um pouco acima, impulsionado justamente pela enxurrada de soja que está surgindo no horizonte.
Fonte: Globo Rural
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